A história de quatro décadas do partido que participou da fundação provocam muitos sentimentos e lembranças em Gilberto Carvalho. O ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, no primeiro mandato de Dilma Rousseff e assessor e conselheiro de Lula durante seu governo, conversou com a Rádio Brasil Atual sobre a história e os caminhos do PT. No último final de semana, dias 7 e 8 de fevereiro, um evento celebrou os 40 anos da criação do partido.
Na entrevista, Gilberto Carvalho comenta que essa trajetória de quatro décadas é positiva e se confunde com sua própria história.
“Não posso me esquecer de fevereiro de 1980, quando a gente sonhava em fundar um partido que representasse a luta dos trabalhadores. Nessa época eu era metalúrgico em Curitiba. A gente sonhava em construir um partido que fosse independente, do ponto de vista classe social, fosse autônomo e comprometido com as lutas e a justiça. Sobretudo com o fim das injustiças.”
O PT esteve no poder durante 13 anos e Gilberto Carvalho esteve próximo durante todos esse tempo. Mesmo quando não teve cargo oficial, sempre teve papel ativo no governo. O ex-ministro falou qual foi o legado mais importante do partido.
“Nos constituímos uma ameaça ao sistema tradicional, e foi necessário, depois de 4 eleições vitoriosas, um golpe e a prisão do nosso principal líder para nos afastar do governo. O grande marco que alcançamos foi reduzir drasticamente a fome e a miséria no Brasil, a ponto de ser reconhecida pela ONU como um país livre da fome.”
Gilberto Carvalho falou também sobre o atual e os desafios que o partido tem de enfrentar. O governo Bolsonaro o preocupa, principalmente pela maneira que chegou ao poder, através de notícias mentirosas e manipulação da informação. No entanto, afirmou que o importante é fazer uma leitura aprofundada do atual momento para poder reverter a situação, se inserido nas novas ferramentas de comunicação.
“Nada disso deve nos desesperar, devemos olhar essa realidade e o desafio. Felizmente o partido acordou isso e começou a investir mais pesado nas redes sociais. E começa a ter uma mandato claro de volta a base, em um novo momento. Entendendo que o mundo mudou. (...) acho que vivemos um momento crítico da história, em que se produz uma revolução cultural e tecnológica e a esquerda tem que aprender a se readaptar, como já fizemos nos anos 1980. Esse é o desafio que os 40 anos nos apresenta.”
O ex-ministro também comentou sobre a documentarista Petra Costa e sua indicação ao Oscar, o convite do Papa Francisco a Lula e fez críticas à Operação Lava Jato e sua perseguição ao PT.
Escute a entrevista à íntegra no player acima.
Edição: Lucas Weber