A Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio vai realizar um ato na próxima quinta-feira (13), às 9h, em frente ao Paço Municipal de Santo André (SP), para exigir respostas do poder público ao desaparecimento e morte de Lucas Eduardo Martins dos Santos.
O jovem de 14 anos foi visto com vida pela última vez há três meses, em frente à sua casa, na Favela do Amor, na Vila Luzita, em Santo André. Seu corpo foi encontrado 15 dias depois no lago do Parque Natural Municipal do Pedroso, e o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) apontou afogamento como o motivo da morte. Até o momento, o motivo de seu desaparecimento não foi elucidado.
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Familiares e vizinhos afirmam ter visto uma viatura da Polícia Militar (PM) em frente à casa do rapaz pouco tempo depois da saída dele. A mãe do jovem, Maria Marques Martins dos Santos, ouviu o barulho de um veículo e, na sequência, a voz do filho dizer “eu moro aqui”. Ao olhar pela janela, Maria diz ter visto o carro da PM. Momentos depois, ela conta que dois policiais bateram à porta, fizeram perguntas sobre os moradores, pediram para entrar. Foram autorizados, mas desistiram na sequência.
As apurações sobre o caso estão sendo feitas pela delegacia de homicídios de Santo André, pelo 41° Batalhão da PM e pela Corregedoria Geral da PM. Até o momento, dois policiais suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Lucas foram afastados. Em uma das viaturas usadas pelos policiais, peritos encontraram uma mancha de sangue. O material genético está sendo analisado pelo Instituto de Criminalística.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de SP (SSP-SP) afirmou que as circunstâncias do desaparecimento do adolescente estão sendo apuradas por meio de um inquérito instaurado pelo pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Santo André, sob segredo de Justiça.
“A Polícia Militar também segue apurando todas as circunstâncias relativas aos fatos por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). Os dois PMs mencionados [durante a investigação] seguem afastados do serviço operacional”, diz o documento.
Na opinião de Ariel de Castro Alves, em entrevista ao Brasil de Fato, se trata de "mais um caso gravíssimo" envolvendo policiais militares. "A PM de São Paulo e o Governo do Estado devem respostas à sociedade sobre o paradeiro do menino Lucas imediatamente. Novamente a imagem da Polícia militar está sendo manchada, gerando mais descrédito para a instituição. A PM deveria ser a maior interessada em solucionar rapidamente esse caso de possível desaparecimento forçado”, afirma.
Edição: Rodrigo Chagas