A Assembleia Internacional dos Povos lançou um abaixo assinado, no dia 11 de fevereiro, pela não estigmatização dos chineses, em decorrência do surto de infecções por coronavírus, em um encontro realizado na Tunísia.
No documento assinado, até o momento, por mais de 20 organizações de todo o mundo, os médicos e enfermeiros da China são tidos como “heroicos”.
“A reação da mídia e de alguns governos ocidentais tem sido a de propagar a ideia de que este vírus é uma criação chinesa; com ideias racistas sobre que de alguma forma o povo chinês é culturalmente responsável pelo surgimento deste vírus”, afirmam no abaixo-assinado.
As organizações também repudiam a atitude do secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, que afirmou que o vírus afetará a economia do país asiático de tal maneira que levará empregos para o norteamericano. “Tal reação tão mesquinha e impiedosa a esta tragédia deve ser fortemente condenada.”
Até o momento, assinaram: Frente Pátria Grande, da Argentina; ALBA Movimentos; Partido Comunista Español; Workers Party Of Bangladesh; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Potere al Popolo, da Itália; entre outros.
“Sugerimos que todos os países façam manifestações públicas de entrega desta declaração às embaixadas e consulados chineses e que seja garantida a cobertura midiática, com fotos e vídeos da ação”, destacam no texto.
Organizações que queiram assinar documento contra a estigmatização racista têm até a próxima quinta-feira, 20 de fevereiro, para aderir, enviando a assinatura para [email protected].
Xenofobia no Brasil
Na primeira semana de fevereiro, o Instituto Cultural Brasil-China (Ibrachina), responsável pelo Observatório do Coronavírus que repassa informações confiáveis aos chineses que estão no Brasil, foi alvo de ataques racistas no meio digital.
Nos 100 primeiros comentários feitos em uma publicação sobre coronavírus, foram registrados 23 xenofóbicos, como "uma nação nojenta e não tem um pingo de higiene, frios com os animais, nota zero, vejo que esses comportamentos não são de seres humanos" e "deveríamos deportar todos os xing ling do Brasil e cortar relações internacionais com eles para sempre!!".
Também no começo de fevereiro, a descendente de japoneses Marie Okabayashi foi alvo de xenofobia no metrô do Rio de Janeiro, quando uma senhora lhe disse: “sua nojenta, fica passando doença para todo mundo”. O caso foi registrado na Polícia Civil.
Edição: Leandro Melito