O Ministério das Relações Exteriores do Brasil removeu nesta quinta-feira (5) 15 funcionários da embaixada brasileira em Caracas, capital da Venezuela, e de outras representações diplomáticas que ficam no país vizinho.
Segundo o jornal O Globo, os colaboradores foram avisados sobre a decisão nesta quarta-feira (04/03). A remoção de quatro diplomatas e 11 funcionários foi publicada no Diário Oficial, sem nenhuma explicação sobre a medida.
De acordo com o jornalista Jamil Chade, com a decisão do Itamaraty, era esperado pelo governo brasileiro que a Venezuela retirasse seus representantes de Brasília. No entanto, o Ministério de Relações Exteriores venezuelano negou tal possibilidade e afirmou que os diplomatas permanecem no Brasil.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o governo brasileiro pediu a Caracas para que todos os diplomatas venezuelanos deixem o país.
Foram removidos funcionários do consulado-geral do Brasil em Caracas, em Ciudad Guayana e do vice-consulado em Santa Elena de Uairén, cidade próxima à fronteira com Roraima. O jornal O Globo também aponta que todo o trâmite de saída pode demorar cerca de dois meses.
::Como a invasão da embaixada venezuelana ameaça a estabilidade no continente::
Tensão diplomática
Em maio de 2016, Maduro chamou de volta a Caracas o embaixador venezuelano no Brasil, Alberto Castelar, em protesto contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A Venezuela designou um encarregado de negócios para representar o país em Brasília.
Em dezembro 2017, durante o governo de Michel Temer, Maduro expulsou de Caracas o então embaixador brasileiro, Rui Pereira - mas outros diplomatas e funcionários permaneceram representando o Brasil no país vizinho.
As relações entre os dois países se deterioraram mais ainda em 2019, quando o governo Bolsonaro reconheceu o deputado de direita Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela para, em seguida, apoiar a tentativa de golpe de Estado levada a cabo por Guaidó quando se autoproclamou presidente do país.
Gauidó chegou a "nomear" uma embaixadora do seu autoproclamado governo para o Brasil que foi reconhecida pela gestão Bolsonaro,
Entretanto, a embaixada da Venezuela em Brasília continua sendo administrada por funcionários do governo venezuelano.
Em novembro de 2019, seguidores de Guaidó chegaram a invadir a embaixada da Venezuela na capital brasileira.