O presidente Jair Bolsonaro viajou aos Estados Unidos na noite de sábado (7) e jantou com Donald Trump no Mar-a-Lago, resort do presidente estadunidense na Flórida.
Pouco antes do jantar ambos apareceram e falaram brevemente com a imprensa. Neste momento, ambos rasgaram elogios e Trump disse que os Estados Unidos “sempre vão ajudar o Brasil”. Apesar das bajulações e da promessa do presidente estadunidense, não houve nenhuma sinalização de algum acordo concreto ou vantagens dos EUA ao Brasil. Pelo contrário.
Quando afirmou que a relação entre Brasil e EUA “está mais forte do que nunca”, Trump foi questionado por um repórter se isso significaria que seu pais não voltaria a sobretaxar os produtos do Brasil, ao que o mandatário respondeu: “Não faço nenhuma promessa”. Neste momento, Bolsonaro, aos sorrisos, não estava acompanhado de tradutor – o presidente brasileiro não fala inglês.
No jantar, além de Bolsonaro e Trump, estiveram presentes o deputado federal Eduardo Bolsonaro e os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. Do lado de Trump, participaram o diretor para Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Mauricio Claver-Carone, a assessora especial e filha do presidente, Ivanka Trump, o genro e assessor sênior, Jared Kushner, o conselheiro Nacional de Segurança, Robin O’Brien, e o presidente da Corporação Internacional para o Desenvolvimento das Finanças dos EUA, Adam Boehler.
Planalto excluiu Folha da cobertura do jantar
Principal alvo dos ataques que o presidente Jair Bolsonaro costuma a fazer contra a imprensa, o jornal Folha de S. Paulo foi excluído da lista de veículos autorizados a cobrirem o jantar.
Apesar de ter solicitado participação na cobertura, a Folha ficou de fora da lista formada por veículos como a TV Globo, Record, Band, EBC e SBT, Bloomberg, Reuter, AFP, rádio Jovem Pan, BBC Brasil, Metrópoles, O Globo e O Estado de S. Paulo.
O Planalto justificou a ausência da Folha na lista com o argumento de que o critério para integrá-la seria uma cobertura diária da presidência em Brasília, sendo que o jornal possui repórteres fixos para fazer tal cobertura.
Em nota, o jornal classificou a atitude como “perseguição”. “A Presidência mais uma vez discrimina a Folha, o que já se tornou um método de perseguição. O jornal continuará cobrindo esta administração de acordo com os padrões do jornalismo crítico e apartidário que o caracteriza e que praticou em relação a todos os governos.” , diz o veículo.