Governos de países da América Latina decidiram fechar fronteiras para evitar a disseminação do novo coronavírus. É o caso de Argentina, Honduras e Peru. No Brasil, não há qualquer sinal de que essa medida seja tomada. Durante uma videoconferência realizada nesta segunda-feira (16) entre líderes regionais para discutir ações conjuntas de enfrentamento à pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se ausentou.
A reunião contou com a participação dos presidentes Alberto Fernández da Argentina, Sebastián Piñera do Chile, Mario Abdo Benítez do Paraguai, Martín Vizcarra do Peru, Lenín Moreno do Equador, Ivan Duque da Colômbia e Jeanine Añez da Bolívia.
O Brasil foi representado no encontro virtual pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que está em quarentena após participar da comitiva presidencial que visitou os EUA no início do mês. Até o momento, 13 pessoas que estiveram com Bolsonaro nos EUA, testaram positivo para coronavírus.
O presidente brasileiro realizou o teste na última sexta-feira (13) e afirmou que o resultado foi negativo. No sábado (14), anunciou que realizaria novos testes, mas não respeitou o período de quarentena, nem as recomendações do Ministério da Saúde, e se reuniu a manifestantes que foram ao Palácio do Planalto no domingo (15).
Restrições
No domingo (15), o presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou a proibição da entrada de estrangeiros não residentes em território nacional por 15 dias, com possibilidade de prorrogação.
De acordo com documento oficial, a “decisão minimizará a possibilidade de entrada e a propagação do vírus em nossa região. Colaboraremos com as autoridades dos países vizinhos na troca de informações essenciais para alcançar o objetivo comum".
O governo da Argentina também suspendeu as aulas por 14 dias. A orientação é para que as atividades educativas sejam feitas a distância. Outra medida é a licença de trabalho para maiores de 60 anos, grávidas e doentes crônicos.
Fernández afirmou que a medida foi necessária porque pessoas que vinham de áreas de risco pousavam em países vizinhos e tentavam entrar na Argentina pela fronteira terrestre. A Argentina registra, no momento, 56 casos de contaminação e duas mortes.
Também no domingo, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, decretou quarentena obrigatória para a população e o fechamento das fronteiras do país durante 15 dias, após o registro de 71 casos de infecção.
Polícia e Forças Armadas têm ordem para evitar aglomerações de pessoas e ajudar a manter a ordem pública. Conforme a determinação do governo, apenas farmácias, bancos e mercados podem seguir abertos.
Em Honduras, o fechamento das fronteiras e do comércio valem pelos próximos sete dias, conforme ordem do presidente Juan Orlando Hernández.
Fechamento parcial
Paraguai, Bolívia, Colômbia, Honduras e Guatemala fecharam parcialmente suas fronteiras. Ao tomar a decisão, nesta segunda-feira (16), o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, sugeriu que a medida seja estendida para todo o Mercosul, o que incluiria Brasil e Uruguai.
Segundo Benítez, a proposta é que a passagem seja fechada apenas para pessoas, não para mercadorias. Até o momento, o Paraguai tem 7 casos confirmados de coronavírus e 25 suspeitos.
Na Bolívia, o governo declarou emergência nacional, proibiu a entrada de pessoas provenientes da China, Coreia do Sul, Itália e Espanha e suspendeu as aulas até o fim do mês.
O presidente Iván Duque, da Colômbia, também decretou estado de emergência sanitária até o fim do mês e fechou a fronteira com a Venezuela. Voos que sairiam da Europa e Ásia foram proibidos.
Honduras e Guatemala já haviam decidido, na semana passada, pelo fechamento em comum de suas fronteiras.
Edição: Leandro Melito
