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Líder social camponês Marco Rivadeneira é assassinado na Colômbia

O país lidera o ranking de assassinatos de líderes sociais e defensores dos direitos humanos na América do Sul

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Marco Rivadeneira foi assassinado durante uma reunião de líderes sociais no estado de Putumayo, na Colômbia - Colombia Informa

A violência contra líderes sociais na Colômbia fez mais uma vítima. Na última quinta-feira (19), Marco Rivadeneira, líder camponês, foi assassinado a tiros enquanto participava de uma reunião com outra lideranças no município Puerto Asís, em Putumayo, na região sul do país.

O crime foi cometido por três homens armados e encapuzados, segundo o portal de notícias Colombia Informa.

Marco Rivadeneira integrava o movimento social Congresso dos Povos, a Coordenação Nacional Agrária (CNA) e era presidente da Associação Camponesa de Puerto Asís.

Em nota, a CNA comentou a morte do militante e o contexto de violência e perseguição contra os movimentos populares no país.

"Seu assassinato se dá em um contexto em que o Estado colombiano é diretamente responsável dos crimes cometidos contra as lideranças sociais. Nos primeiros meses deste ano, mais de cem líderes sociais do país foram assassinados. (...) Responsabilizamos o Estado colombiano pelo assassinato e exigimos que interrompa a guerra suja contra as lideranças sociais, assim como exigimos a punição dos responsáveis pelo assassinato do nosso companheiro", afirma a organização no comunicado.

Segundo um relatório apresentado na Organização das Nações Unidas (ONU) em março deste ano, a Colômbia é o país com mais assassinatos de lideranças sociais e defensores dos direitos humanos na América do Sul. Durante a apresentação, Michel Forst, enviado especial ao país, comentou o cenário de violência na nação.

“Aqueles que se encontram com maior risco são as lideranças sociais que defendem os direitos humanos nas zonas rurais, em particular, o acordo de paz, a terra, os direitos de povos indígenas e o meio ambiente, contra os interesses de grupos criminosos, armados e ilegais e os interesses de atores do governo e de empresas nacionais e internacionais e outros grupos de poder”, afirmou.

Na ocasião, Forst também denunciou que o presidente Iván Duque impediu sua entrada no país para finalizar o relatório. Anteriormente, o mandatário tinha afirmado que as declarações da ONU sobre a alarmante situação na Colômbia eram uma “violação da soberania” do país.

Considerado herdeiro de Álvaro Uribe, um dos ex-presidentes direitistas do país, Duque descumpre sistematicamente o acordo de paz firmado com as FARC e rompeu as negociações de paz com o ELN em janeiro do ano passado.

Edição: Luiza Mançano