O governo Bolsonaro liberou o uso de 18 agrotóxicos, de acordo com o Diário Oficial da União (DOU), desta sexta-feira (27), e solicitou o registro de mais 32 produtos do mesmo tipo no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
No site do ministério, não está disponível a quantidade total de agrotóxicos liberados neste ano. Há somente dados registrados entre 2005 e 2019. No entanto, uma planilha da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, que reúne a quantidade de produtos liberados no governo Bolsonaro, informa que desde o início do ano de 2020 foram 48 agrotóxicos, com os 18 liberados e mais 32 solicitados, a soma pode chegar a 98 agrotóxicos.
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A quantidade de agrotóxicos liberados pelo governo de Jair Bolsonaro, desde o início de seu governo até o dia 27 de novembro de 2019, já havia superado a quantidade liberada em 14 anos no Brasil, 467 contra 450 liberados no governo Temer.
Ainda no meio do ano de 2019, em julho, o presidente já havia liberado mais agrotóxicos do que a União Europeia em oito anos. Foram 239 autorizações no Brasil contra 229 na UE, desde 2011.
A partir do dia 1º de abril, uma nova regra passa a ensejar o avanço dos agrotóxicos no Brasil no governo Bolsonaro. No fim de fevereiro, o Mapa publicou uma portaria que concede liberação automática a novos agrotóxicos que não forem analisados dentro de 60 dias pelo órgão.
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Ao todo, 86 atividades tiveram prazos máximos estipulados pela portaria. Além dos agrotóxicos, a nova regra estipulou 120 dias para o registro de produtos de origem animal não regulamentados, 365 dias para certificação sanitária para compartimentos de aves e suínos e 720 dias para registro de produtos de uso veterinário.
Edição: Leandro Melito