De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde contabilizados, até às 17h, desta segunda-feira (13), o Brasil registra 23.430 casos confirmados do coronavírus e 1.328 mortes em decorrência da doença. Nas últimas 24 horas foram 1.261 novas confirmações, um aumento de cerca de 6%, e 105 novos óbitos.
Ao contrário do que afirmou neste domingo (12) Jair Bolsonaro (sem partido), em uma transmissão online com líderes religiosos evangélicos, que "parece que está começando a ir embora essa questão do vírus", a taxa de letalidade da covid-19 subiu para 5,7%.
São Paulo concentra a maior parte das notificações, com 8.895 casos confirmados e 608 mortes, com mais da metade do total contabilizado na atualização. Rio de Janeiro é o segundo estado com mais registros, são 3.231 casos e 188 mortes. Em seguida vem Ceará, Amazonas e Pernambuco, respectivamente com 1.800 casos e 91 óbitos, 1.275 casos e 71 óbitos, 1.154 casos e 102 óbitos. Tocantins é o único estado do país que ainda não registra óbitos pela doença.
O levantamento foi apresentado pelos ministros da justiça, Sérgio Moro, e pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Indígenas
Após a confirmação de três mortes indígenas por causa do novo coronavírus. Entre eles, o jovem aldeado de 15 anos Alvanei Xirixana, da etnia Yanomami, que faleceu na quinta-feira a noite no Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista.
Damares Alves afirmou que o Plano de Contingência Nacional do governo federal contempla as populações tradicionais do país e que R$ 4,7 bilhões serão direcionados para povos indígenas, ciganos, quilombolas, etc.
Entre os pontos de investimentos estão ações já levantadas anteriormente, como a transferência de renda de R$ 600 para inscritos no Bolsa Família, aprovado pelo Congresso Nacional.
Já o ministro da Justiça, Sérgio Moro, rebateu as críticas em relação a segurança das terras indígenas dizendo que há permanência da Força de Segurança Nacional e Polícia Federal acompanhando a preservação das reservas e as grilagens de terra. Entretanto pontou que “são problemas complexos, não é nada que possa ser sanado.”
Os yanomami já fizeram uma série de denúncias para o Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e para a Fundação Nacional do Índio (Funai), relatando não só o garimpo ilegal, mas a contaminação dos rios, e o uso de mercúrio vêm afetando a saúde da população indígena.
População carcerária
Moro confirmou que houve três óbitos na população carcerária do país em presídios do Pará, Ceará e Distrito Federal.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) confirmou neste domingo que há 23 detentos com coronavírus, além de 20 agentes penais infectados no Complexo Penitenciário da Papuda.
Segundo a SSP, não há casos graves e os internos infectados estão isolados dos demais presos. Já os agentes, foram afastados das funções.
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O ministro reconhece que a população em situação carcerária é mais vulnerável, mas não anunciou ações específicas para os presidiários em todo o país, apenas que a proibição de visitas continua. Segundo, ele um Plano Nacional de Segurança Pública está em “constante elaboração” em parceria com as secretárias estaduais de segurança.
Embora o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomende que detentos de menor risco à sociedade sejam soltos, o ministro voltou a reiterar que não há necessidades para medidas “radicais”. “Ainda não há necessidade de se colocar medidas preventivas radicais neste momento”, afirmou.
Aumento de casos
O técnico do Ministério da Saúde João Gabbardo Reis voltou a afirmar que o pico do coronavírus no Brasil será entre maio e junho e ressaltou a importância das pessoas se mantenham em isolamento social para conter o avanço da epidemia.
Além de reduzir o contágio, as quarentenas diminuem a ocupação do sistema de saúde – público e privado – o que libera espaço para o atendimento de outras causas de hospitalizações. Por exemplo, em todo o país, acidentes de carro caíram 28% no período entre março e abril. Isso representa uma redução de 7% nos mortos por esta causa.
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Já o técnico, Denzar Vianna, destacou que ainda não há nenhum tratamento que cure a doença. “Não basta procurar um artigo numa revista científica, temos que avaliar se tem fundamento e evidências para implementação no sistema de saúde”, explicou.
O especialista do órgão novamente enfatizou que a cloroquina e hidroxicloroquina, anunciadas como cura pelo presidente da república, não tem evidência científica no tratamento da epidemia e que só é utilizado em casos graves nos hospitais, conforme a recomendação do ministério da Saúde.
O procedimento transfusão de plasma de pacientes convalescentes também segue em testes.
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Amazonas
Um dos estados que mais preocupa é o Amazonas. A capital Manaus vive um cenário com muitas pessoas necessitando de hospitalização e com a capacidade de atendimento hospitalar próximo ao limite.
A partir desta segunda-feira (13), o Amazonas começa a receber voluntários para participar da ação estratégica elaborada pelo Ministério da Saúde que está cadastrando profissionais das 14 áreas da saúde (serviço social; biologia; biomedicina; educação física; enfermagem; farmácia; fisioterapia e terapia ocupacional; fonoaudiologia; medicina; medicina veterinária; nutrição; odontologia; psicologia; e técnicos em radiologia).
Edição: Camila Maciel