Pelo Brasil, seis estabelecimentos estão com horários especiais e mantendo campanhas solidárias
A pandemia do coronavírus tem sido um momento de muita reflexão para algumas pessoas, que começaram a se questionar sobre o seu modo de vida e a maneira passiva que encaram problemas da nossa sociedade. É comum alguém se perguntar: Eu estou me cuidando para não pegar a doença? Minha alimentação contribui para minha imunidade? E pessoas em situação de rua, como poderão se proteger? Ou ainda, ao perceber que cidades que pararam para conter a doença e diminuiram a contaminação do ar, surgem perguntas como: será que o nosso modo de vida é sustentável?
Responder a tudo isso não é algo simples, porém algumas atitudes pontuais nos trazem respostas alentadoras em meio ao momento de crise. Seis unidades do Armazém do Campo em todo o país estão com funcionamento especial se dedicando a atender população em situação de vulnerabilidade social e mantendo sua disponibilidade de alimentos agroecológicos. As lojas estão ofertando serviços de entrega neste período de covid-19, garantindo produtos saudáveis vindos da reforma agrária. Portanto, serviços para o bem da nossa saúde, em harmonia com a natureza e pela justiça no campo.
No Estado de Pernambuco são duas lojas, uma na cidade de Caruaru (PE) e outra na capital, Recife (PE). Pelo país, há estabelecimentos nas capitais Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e São Luís (MA).
A diferença de quem vem aqui hoje [unidade Recife] é ver que o Armazém tem outra dinâmica, que é um grupo grande de voluntários que estão aqui, se preocupando com a qualidade de vida das pessoas em situação de rua.
Ademar Ludwig é um dos coordenadores da gestão nacional do Armazém do Campo e reforça a mensagem de que a escolha dos nossos alimentos tem a ver com o mundo que desejamos.
“O alimentar é um ato político, do nosso cotidiano, do dia a dia, que enquanto indivíduos temos que perguntar se estamos realmente fazendo política. E como nos alimentamos todos os dias, a alimentação entra nesse debate. Acreditamos que a Agroecologia vai ser realmente o caminho para superarmos os desafios dessa pandemia atual, mas de uma sociedade mais justa, igualitária, que almejamos ao longo desses mais de 36 anos de luta pela terra que o MST faz no Brasil”, analisa.
Toda a alimentação fornecida pelo Armazém do Campo vem de acampamentos e assentamentos da reforma agrária. Ou seja, a missão e as propostas do Armazém do Campo são bem diferentes de uma rede convencional de comercialização de alimentos. E por ter diretrizes diferentes, possibilita que o estabelecimento esteja disponível para mudanças positivas em momentos de crise.
O coordenador da unidade de Recife, Ramos Figueiredo destaca que com a pandemia o cenário do Armazém do Campo alterou para justamente estar mais preparado para ajudar quem precisa em momento como esse
“A diferença de quem vem aqui hoje [unidade Recife] é ver que o Armazém tem outra dinâmica, que é um grupo grande de voluntários que estão aqui, se preocupando com a qualidade de vida das pessoas em situação de rua. Então o Armazém está aberto também para a solidariedade humana, para a dimensão da solidariedade como valor de classe. Para nós é muito caro, é também missão do Armazém estar preocupado com essa população que está em situação de rua”, explica.
A situação emergencial abriu espaço para a Campanha Marmita Solidária, que distribui alimentos, água e possibilita banhos para pessoas em situação de rua na capital pernambucana. Vale destacar que as unidades de Caruaru e São Luís também estão com campanhas solidárias. Ângela Bernardino é coordenadora do Armazém no Rio de Janeiro e contextualiza a importância da articulação de pautas políticas neste momento do Brasil.
“Nós atravessamos um momento muito difícil, temos que ser solidários uns aos outros. Um momento também de muita luta em defesa da universidade pública, da pesquisa, de defesa do sistema único de saúde (SUS), é importantíssimo a defesa do SUS nesse momento, e por último, e não menos importante, a defesa da reforma agrária popular, que produz alimento de verdade, sem veneno para a classe trabalhadora”.
Funcionamento do Armazém do Campo
Belo Horizonte (MG): tele-entrega: (31) 3267-3005
Caruaru (PE): funcionamento de segunda a quarta-feira, das 10h às 20hs; quinta-feira a sábado das 8h às 20h. Tele-entrega: (81) 9.9502-8339;
Porto Alegre: unidade será inaugurada após o período de quarentena;
Recife: funcionamento de segunda-feira a sábado, das 9h às 17h. Tele-entrega: (81) 99673-4327
Rio de Janeiro (RJ): funcionamento de segunda-feira à sábado, das 11h às 16h. Tele-entrega: (21) 99702-9303
São Luís (MA): tele-entrega: (99) 99157-3539
São Paulo: (SP): funcionamento de segunda-feira à sábado, das 11h às 17h. Tele-entrega: (11) 3333-0652
Edição: Lucas Weber