"Queremos EPI, queremos EPI", foram os gritos dos profissionais de saúde do Pronto-Socorro Mário Pinotti, em Belém, no Pará, na noite desta quarta-feira (15). Segundo os trabalhadores, a unidade está novamente com o estoque de equipamentos de proteção individual (EPIs) zerado.
Não é a primeira vez que profissionais denunciam o caos no pronto-socorro. No dia 24 de março, um médico da unidade relatou ao Brasil de Fato que o local não tinha EPIs e itens básicos de higiene como sabão para lavar as mãos.
"A situação do hospital é precária. Há muito tempo isso já vem sendo relatado. A prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde fazem vista grossa em relação a isso. Nós não temos o básico para se trabalhar. Nós não temos EPIs, nós não temos água, nós não temos sabão para lavar as mãos. Nós não temos material suficiente e exclusivo para esses pacientes que virão, ou seja, o material que a equipe utiliza de enfermagem, por exemplo, é compartilhado entre todos os pacientes do hospital", disse ele na época.
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"Não há estrutura"
A profissional que falou com o Brasil de Fato preferiu não se identificar, mas afirma que as autoridades não estão oferecendo o insumos necessário para que os profissionais atendam a população com segurança.
"Nós estamos parando aqui, porque o governo, o município não dá estrutura para os funcionários. Eles não dão os EPIs adequados para o que está acontecendo. Não tem avental impermeável, não tem máscara suficiente. Nós temos profissionais doentes, que estão sem atendimento. Não tem nem material para a gente cuidar dos pacientes", diz ela indignada.
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Segundo a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), foram confirmados até a última terça-feira, 14.384 casos e 21 óbitos. O governador do Pará, Helder Barbalho e o Secretário de Saúde, Alberto Beltrame estão com a covid-19.
O Brasil de Fato entrou em contato com a Prefeitura de Belém, responsável pela unidade, e aguarda uma resposta sobre a denúncia dos profissionais.
Edição: Rodrigo Chagas