INSEGURANÇA

Enfermeira morre em MG e levanta mais críticas sobre falta de EPIs em hospitais

Conselho de enfermagem solicita equipamentos, liberação de profissionais do grupo de risco e gratificação

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
corona medica enfermeira
Na foto, profissional do distrito de Águas Claras (DF) atende paciente - Leopoldo Silva/Agência Senado

Os funcionários de hospitais e postos de saúde estão arriscando suas vidas, próximos a pacientes que podem estar contaminados com a covid-19 (novo coronavírus), e por isso espera-se que tenham mais proteção. Porém, a morte de Maria Aparecida Andrade — técnica de enfermagem da UPA Ressaca, em Contagem (MG), e do Hospital Alberto Cavalcanti, em Belo Horizonte — mostra o contrário.

Maria Aparecida começou a ter os primeiros sintomas da doença em 5 de abril e, mesmo tendo 53 anos, não foi afastada do trabalho. Ela foi internada dias depois no Hospital Municipal de Contagem e faleceu na última segunda-feira (20). Maria Aparecida era da cidade de Inhapim, no Vale do Rio Doce.

Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG) lamentou a morte da técnica de enfermagem, “que dedicou sua vida para salvar outras vidas”.

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Conselho denuncia falta de equipamentos

A situação pode ter acontecido em razão da falta de Equipamentos de Proteção Individual ou do não cumprimento de outras medidas de prevenção. O Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG) vem solicitando às prefeituras e aos governo de Minas que garantam EPIs adequados aos profissionais de enfermagem, assegurem o afastamento dos profissionais que estão em grupos de risco e busquem garantir que a categoria também receba gratificação especial, que foi concedida somente aos médicos.

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Na semana passada, o conselho ganhou na Justiça o direito de fiscalizar o Centro de Saúde Goiânia, em Belo Horizonte, a fim de garantir que os trabalhadores estejam em condições adequadas de trabalho. O juiz federal da 3º Vara de Minas Gerais, William Ken Aoki, concedeu liminar favorável para que o conselho possa visitar os espaços que forem necessários e tenha acesso à documentação requisitada.

“Nós já estamos trabalhando para que essa decisão se estenda para todos os Centros de Saúde”, diz nota do conselho.

O Coren-MG afirma que irregularidades estão sendo cometidas em diversas unidades. No Centro de Saúde Menino Jesus, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, por exemplo, “além do uso de máscaras caseiras, os profissionais de enfermagem da sala de vacina, responsáveis por receberem pessoas para aplicar as outras vacinas do calendário nacional de imunização, não estão recebendo a máscara cirúrgica. Por conta disso, alguns profissionais providenciaram as máscaras caseiras por conta própria e foram vistos utilizando-as”, diz a página do conselho.

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Elis Almeida