O estado do Rio Grande do Norte registrou, na noite dessa quarta-feira (23), 31 óbitos provocados pelo novo coronavírus e outros 646 casos confirmados. Estão ainda sob suspeita 3089 casos. Atualmente, o índice de letalidade da doença no estado é de 5,1 para cada 100 mil habitantes. Os dados atualizados são disponibilizados pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
Os números revelam que a covid-19 vem se alastrando pelo interior do estado e deixando perdas econômicas, mas também humanas. A cada dia vão sendo registrados novos casos (suspeitos e confirmados) em pequenas cidades potiguares.
Nessa terça-feira (21), a Secretaria Municipal de Saúde de Ipanguaçu (Semus) constatou a primeira morte em decorrência do coronavírus no município. A vítima é um homem de 52 anos com diabetes, que trabalhava transportando frutas entre o Rio Grande do Norte e outros estados.
Ele, que começou a apresentar os sintomas após viagem para Pernambuco, estava internado no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, desde o dia 14 de abril e faleceu na noite dessa terça (21).
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Em suas redes sociais, o prefeito de Ceará Mirim, Júlio César Soares Câmara (PSD), também registrou a primeira vítima fatal na cidade. Trata-se de uma mulher de 70 anos que estava internada no Hospital Municipal Dr. Percilio Alves. O município ainda contabiliza 8 pessoas infectadas, além de outras 39 que apresentam sintomas e estão sob investigação.
Interiorização do vírus
Esses dados alertam para a interiorização do vírus, que chega a cidades que apresentam falta de estruturas nas unidades de saúde e número restrito de profissionais para atender essa nova demanda. O cenário faz com que o isolamento social — medida recomenda pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para controle da doença — seja ainda mais importante.
O governo de Fátima Bezerra (PT) tem, nos últimos dias, emitido decretos mais duros para diminuição do fluxo de pessoas na rua em todo o estado. As medidas têm sofrido resistência por parte de comerciantes locais. População critica falta de fiscalização para que as políticas de controle da doença sejam efetivadas.
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Brasil
Dados atualizados pelo Ministério da Saúde na tarde dessa quarta-feira (22) apontam que o Brasil tem 2.906 mortes e 45.757 casos de coronavírus. De acordo com a Associação Brasileira Médica, médicos de todo o país registraram, em um mês, 3.181 denúncias sobre falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) no atendimento a pacientes com covid-19 no Brasil. São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre são as cidades com mais registros de reclamações.
Ações no RN
Nessa terça-feira (21), a governadora Fátima Bezerra se reuniu com lideranças empresariais, a exemplo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio-RN) e da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte (FCDL-RN).
Os empresários exigiram que a governadora garantisse a reabertura do comércio, prevista para esta quinta-feira (23). Os representantes comerciais apresentaram um documento no qual afirma que cerca de 46 mil estabelecimentos comerciais do segmento varejista não estão enquadrados como essenciais pelos decretos do governo e estão fechados.
Segundo as entidades representativas, esses estabelecimentos empregam mais de 54 mil potiguares, direta e formalmente, e pagam cerca de R$ 67 milhões em salários. Logo, o impedimento do funcionamento dessas lojas pode interferir no equilíbrio econômico do estado.
Em resposta, o governo estadual estuda prorrogar o fechamento do comércio e determinar a manutenção do isolamento social até, pelo menos, 5 de maio, quando o quadro epidemiológico será analisado junto à Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP-RN) e demais órgãos técnicos que buscam a prevenção à covid-19. Novo decreto é esperado para esta quinta-feira (23).
Fonte: BdF Rio Grande do Norte
Edição: Isadora Morena