PREVENÇÃO

Uso de máscaras passa a ser obrigatório para trabalhadores em Pernambuco

Decreto determina uso trabalhadores de serviços essenciais e recomendado para população em geral

Brasil de Fato | Recife (PE) |
As máscaras podem reduzir entre 70% e 90% a chance de contágio, mas não substituem a medida mais eficaz contra o vírus, que é o isolamento social - Mãos Solidárias

Em vigor a partir da última segunda (27), um decreto assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB) torna obrigatório o uso de máscaras de proteção para funcionários e colaboradores dos estabelecimentos comerciais cujo funcionamento esteja permitido, como supermercados, postos de combustíveis, farmácias, casas de ração, panificadoras, casas de materiais de construção e outros, em Pernambuco.

A iniciativa, de acordo com o governador, é essencial para “evitar que seu usuário contraia o vírus, mas também igualmente importante para reduzir o alastramento da doença”, como afirmou na coletiva de imprensa de anúncio da medida. 

::Casas pequenas, trabalho informal e panelaços: a quarentena na periferia de Recife::

As máscaras podem reduzir entre 70% e 90% a chance de contágio, mas não substituem a medida mais eficaz contra o vírus, que é o isolamento social. Tanto as máscaras de TNT quanto as artesanais podem ser efetivas se tomados os cuidados básicos, como lavar as mãos antes de colocar a máscara, se certificar de que ela cobre o nariz e a boca, evitar tocar no rosto ou na própria máscara durante o uso, nunca levar a máscara ao queixo, não compartilhá-la com ninguém e trocar de máscara a cada duas horas ou quando ela estiver úmida.

Além disso, a nota técnica do Ministério da saúde que dá essas e outras recomendações ressalta que mesmo pessoas assintomáticas devem usar, tanto para evitar o contágio, tanto para combater a disseminação do vírus por pessoas que portam o coronavírus mas não apresentam sintomas.

::Cidades de pequeno e médio porte de Pernambuco se preparam para pico do coronavírus::

Antes do decreto estadual, alguns municípios já vinham decretando a obrigatoriedade das máscaras, como em Afogados da Ingazeira, onde 5 mil máscaras serão doadas à população e os idosos, portadores de doenças crônicas e servidores só poderão ser atendidos se estiverem usando máscaras, havendo penalidades para os estabelecimentos que não respeitarem as medidas.

Em São José do Egito, o uso de máscaras agora é obrigatório em todos os órgãos públicos e estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços no município e quem não fiscalizar a medida pode ser obrigado a fechar o estabelecimentos e nos municípios de Paudalho, Timbaúba, Casinhas, Cupira e Jaboatão já estão sendo confeccionadas e distribuídas máscaras para a população.

Solidariedade 

Com o aumento da demanda, a falta de máscaras no mercado gerou a necessidade de costureiras passarem a fabricar o produto para profissionais de saúde, trabalhadores de serviços essenciais e pessoas em situação de vulnerabilidade, que não tem condições financeiras de comprar máscaras.

Uma das iniciativas no estado é a do projeto Mãos Solidárias. Com cerca de 100 voluntárias entre costureiras profissionais e outras que aprenderam o ofício para contribuir no projeto, a proposta é proteger quem vem prestando serviços na área de saúde e em outras áreas “o projeto iniciou com intuito de contribuir no abastecimento de EPIs em hospitais públicos, mas depois surgiu a demanda de proteção para o próprio projeto, especialmente os voluntários que atuam na distribuição de marmitas e cestas básicas. Hoje, nós produzimos cerca de 700 máscaras por semana”, explica Fernanda Rêgo, membro da Marcha Mundial das Mulheres, que vem coordenando a costura das máscaras. 

::Projeto distribui 200 marmitas por dia na periferia de Petrolina::

Agora, com a obrigatoriedade das máscaras proposta pelo governo do Estado, se torna essencial para que também haja a promoção de políticas do governo para subsidiar a produção de máscaras e assegurar que toda a população tenha acesso ao equipamento de proteção. Por isso, na segunda (27) o projeto lançou uma carta política pedindo que o poder público torne a produção de máscaras uma política de saúde pública, lançando edital para a contratação de costureiras, assegurar que parte das máscaras seja produzida e distribuída para a população de baixa renda, a criação de um padrão de confecção de máscaras e outros.

A carta pode ser lida aqui. Enquanto o governo não encaminha a estrutura necessária para viabilizar a produção em massa como política de saúde, o projeto continua recebendo doações de matéria-prima ou em dinheiro, através do contato pelo telefone (81) 99684-0483 ou (81) 99812-6686.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Monyse Ravena