O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou um decreto revogando, na tarde desta quarta-feira (29), a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF). A decisão vem horas após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar a suspensão da escolha do agente para o cargo.
O presidente também enfrenta duras críticas de juristas e políticos por conta da indicação de Ramagem para a função. O policial é amigo da família do chefe do Executivo e sua indicação para o comando da PF vinha sendo alvejada por ser associada a tentativas de intervenção nas investigações do órgão, que atualmente trabalha em inquéritos sobre fake news contra o STF e atos pró-ditadura.
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As duas apurações atingem a família Bolsonaro e as acusações partiram do agora ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que denunciou publicamente a intervenção na última sexta-feira (24), ao deixar o cargo. A indicação de Ramagem para o controle da PF foi o estopim da crise que já marcava a relação entre o ex-juiz e o presidente.
Logo após a publicação do novo decreto por parte de Bolsonaro, a Advocacia-Geral da União (AGU), que faz a defesa jurídica do Executivo, informou, por meio de nota, que não irá apresentar recurso contra a liminar de Moraes.
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Edição: Rodrigo Chagas