Máscara, luva, álcool em gel, óculos, bloqueio facial, etc. Muitos são os equipamentos recomendados pelas autoridades sanitárias para se proteger do coronavírus. Todas as proteções citadas acima são de fato importantes. No entanto, algumas outras recomendações, não oficiais, que circulam pelas redes sociais não devem ser seguidas à risca.
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Um exemplo é o oxímetro. É um aparelho simples, semelhante a um grampo de roupa, capaz de medir a quantidade de oxigênio presente no sangue. Essa detecção é importante porque muitos médicos já constataram como à medida que a covid-19 se desenvolve no corpo de um infectado, a taxa de oxigênio vai caindo no sistema sanguíneo e pode chegar em situações extremamente preocupantes.
Portanto, parece razoável ter um oxímetro em casa e fazer automedições regulares, de maneira que ao perceber baixa presença de oxigênio no sangue, a pessoa constate que está com coronavírus.
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A verdade é que não é tudo tão simples assim. Essa autotestagem não deve ser tratada como solução, tanto por gerar resultados falso negativo ou falso positivo para a presença da doença.
Médicos explicam que há outros fatores que podem interferir na medição do oxigênio, inclusive o esmalte de unha pode interferir. Os sintomas da covid-19 variam para cada pessoas, em alguns febre e tosse podem aparecer antes da queda do oxigênio.
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia divulgou nota na terça-feira (28) dizendo não recomendar "o uso irrestrito de oxímetro domiciliar para monitorização da saturação de oxigênio durante a pandemia de covid-19".
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"Como não há estudos científicos sobre a referida monitorização em pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19, sugerimos que a decisão sobre usar, ou não usar, monitoração por oximetria domiciliar fique a cargo do médico que assiste o doente. Não existe indicação do uso de oxímetro domiciliar em indivíduos sem doenças pulmonares crônicas, ou como método de diagnóstico precoce da covid-19", diz a nota.
Mesmo diante de cautela por parte dos médicos, os oxímetros foram rapidamente consumidos ao ponto de estar difícil encontrá-lo à venda. Um equipamento pode varia de R$100 a R$200.
Existem aplicativos de celular que dizem ser capazes de medir o oxigênio no sangue. Neste casos, os médicos são enfáticos em não recomendar em nenhuma hipótese.
Edição: Lucas Weber