A pandemia do novo coronavírus modificou a estrutura da sociedade. Nesse cenário, o pequeno agricultor encontra dificuldades para escoar a sua produção. Na outra ponta, os trabalhadores informais encontram barreiras para garantir o seu sustento, uma vez que necessitam trabalhar diariamente para ter acesso a renda.
Sabendo disso, duas associações de Santarém, no oeste do Pará, realizaram a doação de mil cestas básicas ajudando não só o pequeno agricultor, mas também pessoas em situação de vulnerabilidade.
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Essas mil cestas correspondem à primeira etapa das doações que encerra nesta terça-feira, 19 e beneficia pessoas que moram em comunidades tradicionais de Belterra, Santarém, Aveiro, Rurópolis e Mojuí dos Campos.
No total serão doadas 4 mil cestas básicas compostas de alimentos da agroecologia. No próximo dia 26 de maio, essas mesmas famílias receberão a segunda remessa de doação de alimentos das associações.
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Mayá Schwade, é integrante da Associação Comunitária de Moradores e Produtores Agroextrativistas de Surucuá (Amprosurt), uma das envolvidas no processo de compra de alimentos dos produtores locais e doação aos moradores das comunidades tradicionais.
Ela afirma que a articulação com outras cooperativas, que atuam junto aos pequenos agricultores foi fundamental. Sem isso, a informação sobre a compra da produção não chegaria aos produtores de comunidades mais distantes, diz ela.
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"A gente fez essa informação chegar naqueles que estavam precisando através desses parceiros. Esses parceiros repassam para a gente os nomes, algumas pessoas a gente conhecia, mas muitos a gente não conhece, mas chegou a informação que eles precisavam vender esses produtos através dessas articulações que eles fazem parte", conta.
As cestas básicas contém frutas regionais, legumes, tubérculos, farinha de mandioca, goma de tapioca, piracuí (farinha de peixe), coco e castanha. O trabalho foi desenvolvido pela Amprosurt e pela Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona). Cada uma delas é responsável pela entrega de 2 mil cestas básicas a pessoas em situação de vulnerabilidade.
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Em todas as fases, o projeto beneficiará comunidades ribeirinhas, agroextrativistas, indígenas e assentados da reforma agrária do território da Floresta Nacional do Tapajós e entorno. Além de alimentos as cestas contém kit de higiene e limpeza.
Mayá afirma que iniciativas como essa são necessárias em um momento tão difícil como a pandemia da covid-19. Ela conta também que os produtores ficam muito felizes, porque muitos achavam que iam perder suas produções inteiras, pois não sabiam como iriam escoá-la.
Além disso, ela afirma que essa ação, apenas, comprova a importância da agricultura familiar para o dia a dia de todos."Aqui na região o que prevalece são os quintais agroecológicos, a produção individualizada de muitos agricultores. Um produz 50 quilos de goiaba, outro produz 200 quilos de banana, outro coleta 100 quilos de castanha", explica.
A sensação muitas vezes é de que a produção é pequena na região, mas quando a gente tem um projeto desses que valoriza a produção dos pequenos agricultores e coloca tudo isso junto, a gente compreende o valor do agroextrativismo aqui na região. O valor no sentido de fornecer alimentos de qualidade para a população da cidade. Então, o valor é muito grande quando somado.
O que é coronavírus?
É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS) a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar a quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Edição: Leandro Melito