A Superintendência Regional do Trabalho na Paraíba interditou, nesta terça-feira (19), a indústria de aves Guaraves, localizada na cidade de Guarabira, na Paraíba, após realizar testes rápidos para covid-19 com 200 funcionários e dar diagnóstico positivo para 49 desses profissionais. A indústria possui 1.200 trabalhadores. Os testes foram feitos um dia antes (18) por fiscais do trabalho.
Segundo a Superintendência, a empresa estava descumprindo normas de proteção exigidas para conter a propagação do novo coronavírus. “Um empregado contaminado tem potencial para contaminar diversos outros trabalhadores e seus contactantes. Nesse sentido, não podemos deixar de exigir, com maior rigor ainda, o cumprimento das normas de proteção adequadas”, afirmou Ana Mércia Vieira Fernandes, chefe da SST da Superintendência Regional do Trabalho na Paraíba.
A fiscalização constatou que os trabalhadores não estavam utilizando os equipamentos de proteção individual necessários à segurança exigida para o momento. "A empresa não estava adotando algumas regras de higienização recomendadas, bem como faltavam aspectos básicos de cumprimento do distanciamento necessário entre os trabalhadores, na atividade”, afirmou Nei Alexandre, auditor fiscal do Trabalho.
A situação identificada na empresa já havia sido relatada pelo Brasil de Fato Paraíba em 6 de maio.
Alpargatas
Nesta terça-feira (19), um protesto foi organizado em frente à sede da Alpargatas, em Campina Grande, na Paraíba, denunciando o fato de muitos funcionários estarem apresentando sintomas de covid-19. Confira:
O protesto foi organizado pelo Comitê em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores e das Liberdades Democráticas e exigiu que a Alpargatas feche as portas para proteger seus trabalhadores, que são a base da produção de seus artigos.
Descaso recorrente
Durante a pandemia de covid-19, muitos trabalhadores brasileiros estão enfrentados o dilema de ter que escolher entre a vida e o emprego. O medo do desemprego faz calar as vozes que suplicam por ajuda. Na Paraíba, diversos casos de denúncias anônimas têm chegado às redes sociais, aos meios de comunicação e ao Ministério Público. Foi o caso de comerciários que foram obrigados por empresários a se ajoelharem à frente de lojas do Centro de Campina Grande pedindo a reabertura do comércio em ato realizado em 27 de abril.
Fonte: BdF Paraíba
Edição: Heloisa de Sousa e Vivian Fernandes