Durante o período de isolamento social, o acesso às várias expressões culturais se torna ainda mais necessário. Apesar disso, muitos trabalhadores e trabalhadoras da cultura estão vivenciando situações de vulnerabilidade econômica por não poderem exercer seu ofício. Por isso foi tão importante a aprovação na Câmara dos Deputados da Lei Aldir Blanc, que viabiliza um auxilio emergencial para os trabalhadores da Cultura.
Pernambuco é, reconhecidamente, um estado com vasto histórico de manifestação e produção cultural. Pensando no ramo do audiovisual, o estado tem ganhado bastante destaque no cenário nacional nos últimos anos. Filmes aclamados pela crítica e pelo público como Bacurau e Aquarius, ambos de Kleber Mendonça Filho, são alguns bons exemplos desse celeiro de produção audiovisual que é Pernambuco.
Contudo, na contramão da lista dos famosos diretores aclamados, o Brasil de Fato Pernambuco selecionou uma lista de cinco produções audiovisuais dirigidas por mulheres pernambucanas, que têm realizado bastante conteúdo no último período, mas com pouca visibilidade, sobretudo a produção de mulheres negras. Neste primeiro momento, as produções selecionadas são do gênero ficção e estão todas acessíveis nas plataformas digitais.
Terra não Dita Mar não Visto (2017) – Lia Letícia
Terra Não Dita Mar Não Visto é um ensaio audiovisual que surgiu a partir da proposta da artista e professora de Filosofia Loraine Oliveira para a diretora Lia Letícia. No filme, são discutidos os arquétipos femininos da figura de Yemanjá. A proposta foi recuperar a visão europeizante e folclorísticas e reorganizá-las numa perspectiva artística contemporânea.
Entre Pernas (2018) – Ayla de Oliveira
“Quais mecanismos você usa para materializar o que está oculto na mente?” A lenda urbana da Perna Cabeluda que assombrou o imaginário pernambucano na década de 1970 retorna 49 anos depois com ares fantásticos. A ida à delegacia para realizar uma denúncia dizendo-se vítima da Perna é um mecanismo da Mulher. Em uma tentativa de se fazer ouvir, ela vai de encontro a materializar o oculto.
Bup (2018) – Dandara de Moraes
Curta-metragem dirigido e protagonizado por Dandara de Moraes, Bup faz referência ao remédio antidepressivo Bupropiona. A personagem-diretora aborda em ritmo frenético uma tragicomédia sobre a presença da angústia, incômoda insegurança e constante inquietude.
Mandacura (2017) – Biarritz
Como precisamos dos nossos deuses? O que eles estão tentando nos dizer? O fim está próximo. O começo também. Um pedaço de uma era, de uma história, de uma única história? Nós. E uma mão que rege o mundo.
A Vida Delas (2018) – Letícia Batista
O curta metragem conta a história de Malu, uma vlogueira que no mundo da internet sua roupas são caras, sua voz é ouvida e não há dificuldades. Mas, ao desligar as câmeras, a realidade é outra.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Camila Maciel e Marcos Barbosa