Criada em 1900, Fiocruz reafirma compromisso com o SUS e com a defesa da vida
"É o maior desafio sanitário, econômico, social e político do século 21". Assim resumiu o contexto atual a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, representante de um dos órgãos mais importantes do Sistema Único de Saúde nas atividades de combate à pandemia do coronavírus. A fala ocorreu durante as comemorações do aniversário de 120 anos da instituição, celebrado no último dia 25 de maio.
Criada em 1900 com o nome de Instituto Soroterápico Federal, a instituição nasceu com o objetivo de combater epidemias como a da peste bubônica, a febre amarela e a varíola, que ameaçavam – na época –, a então capital da República, o Rio de Janeiro.
::Lições da história: como terminam as pandemias e por que a covid-19 preocupa tanto::
Passados mais de um século, a pandemia do novo coronavírus, torna-se o mais novo desafio da fundação, considerada a maior instituição de pesquisa biomédica da América Latina. Para Nísia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, o foco agora é encontrar respostas para a pandemia do novo coronavírus.
"A instituição – presente hoje em todas as regiões brasileiras – vem se dedicando diuturnamente à apresentar propostas, soluções, a realizar pesquisas que respondam às inúmeras perguntas ainda sem resposta, assim como desenvolver teste-diagnósticos, que contribuam para um dos pilares do enfrentamento a essa pandemia que é a testagem, permitindo a identificação de casos e também isolando contatos, com um amplo estudo promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem por objetivo identificar medicamentos já conhecidos que possam ser eficazes e seguros para o tratamento da covid-19", disse ela.
::Interesse privado atrasa e encarece desenvolvimento de vacinas para coronavírus::
A pandemia tem uma rápida disseminação. O primeiro caso foi diagnosticado na China, na cidade de Wuhan, capital de Hubei, em novembro de 2019. Atualmente, 6,2 milhões já foram contaminadas pelo novo coronavírus no mundo, segundo dados da OMS.
A presidente lembra que além de ter realizado estudos sobre doenças como a peste bubônica, a varíola, e a febre amarela, a Fiocruz se destacou no combate às então chamadas doenças do sertão, como por exemplo, a Doença de Chagas.
::Quase 30 mil brasileiros já morreram por causa da covid-19::
"Nos tempos recentes, nós trilhamos um caminho de propor e de construir junto com vários outros atores da sociedade o Sistema Único de Saúde (SUS), que é a grande fortaleza que o Brasil tem neste momento. E ao completar 120 anos a Fiocruz reafirma seu compromisso com esse sistema universal que precisa ser fortalecido neste tempo e reafirma seu compromisso com ações que se voltem para a defesa da vida, da nossa população. Ações coordenadas em todas as áreas do conhecimento, que façam com que cada vez mais, a Fiocruz se veja e seja percebida por todos como um patrimônio da sociedade brasileira", diz ela.
A Fiocruz conta com 50 laboratórios de referência e departamentos articulados em redes internacionais para a solução de problemas de saúde pública. É também a maior produtora mundial da vacina contra a febre amarela e mantém parcerias com instituições de pesquisa de 50 países, além de coordenar a maior rede mundial de bancos de leite humano junto a outros países. Ela também é a maior instituição não-universitária de capacitação e formação de recursos humanos para o SUS.
Edição: Rodrigo Chagas