Países que iniciaram a cloroquina como tratamento já a proibiram
Em apenas 17 dias, Dourados, a maior reserva Indígena do país, em Mato Grosso do Sul, registrou um salto de contágio por coronavírus. O primeiro caso foi detectado no dia 13 de maio. No último sábado (30), os casos chegavam a 74.
Procuradores da República pediram na Justiça que a Secretaria Nacional de Saúde Indígena adote medidas urgentes para proteger os povos Guarani e Kaiowá, em Mato Grosso do Sul.
Ainda em relação à pandemia no Brasil, o diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que o pior nível de contágio pelo novo coronavírus no país ainda não chegou.
De acordo com Ryan, o descontrole de transmissão da covid-19 coloca o Brasil entre os líderes em aumento de casos diários. Ele considera que o pior momento da pandemia no país é imprevisível. Ainda para o diretor-executivo da OMS a ausência de abordagem científica relacionada à desigualdade e densidade urbana, explica o descontrole no Brasil.
Ryan também destacou que “a OMS não recomenda o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina para a covid-19 fora de ensaios clínicos e com a supervisão clínica próxima apropriada”.
O médico Joelson Santos critica a pressão pelo uso cloroquina, promovida pelo governo Bolsonaro para tratamento da covid-19: "Muitos lugares que iniciaram a cloroquina como tratamento já a proibiram, como a Suécia e algumas cidades dos Estados Unidos. Essa droga é utilizada, principalmente, em ambiente hospitalar, e ainda está na fase de estudos, porque ela precisa de um monitoramento cardíaco, principalmente por conta dos efeitos colaterais, como a arritmia cardíaca. Imagina nas zonas rurais, onde a distância até os centros especializados e, até mesmo, às UPAs [Unidade de Pronto Atendimento] é grande. Além disso, ainda estamos com o sistema sobrecarregado".
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Edição: Mauro Ramos