Programação consiste em debates virtuais espalhados pelas mídias das entidades nesta terça-feira (9)
"O Brasil está lidando com a covid-19 sem uma ação coordenada". A declaração é de Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). A Abrasco, junto a outras entidades da sociedade civil da área da saúde, ciência, tecnologia e políticas públicas, entre outras, lançam nesta semana a Frente pela Vida.
Nesta terça-feira (9), será realizado o primeiro ato do movimento: a Marcha pela Vida, mobilização virtual cujo foco é fomentar uma ação coordenada de enfrentamento à pandemia.
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Mais de 300 organizações apoiam o evento. A programação consiste em debates - espalhados pelas mídias das entidades, - um tuitaço, às 12h com a hashtag #MarchaPelaida, um painel unificado às 13h, e um ato político às 16h, que endereçará o documento da Frente a parlamentares.
A Abrasco contará com o seminário da Rede em Pesquisa à Atenção Primária à Saúde (Rede APS/Abrasco) Experiências de fortalecimento da Estratégia Saúde da Família para o enfrentamento da Covid-19: o que podemos aprender?, na TV Abrasco, canal do Youtube, às 9h.
O encontro virtual pretende analisar experiências locais de reestruturação da Atenção Básica e iniciativas inovadoras na Estratégia de Saúde da Família (ESF) relacionadas à pandemia.
Segundo a presidente da Abrasco, a ideia é encontrar soluções a partir da visão da ciência, da visão da saúde coletiva de forma que com essa frente ampla vidas possam ser salvas.
"Todos os setores da sociedade estão convidados à participar baseado em pilares: Então, a primeira coisa é o direito à vida. Depois, as medidas de prevenção e controle, que a gente deve seguir o que está estabelecido cientificamente. Rigorosamente seguir o que a ciência está nos mostrando e articulando em um planejamento nacional que contemple estados e municípios. É necessário ter um plano de enfrentamento, o que não existe até hoje. O terceiro ponto é que o Sistema Único precisa ser fortalecido", diz ela.
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Segundo Gulnar, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um instrumento essencial para preservar a vida. Ou seja, o foco da Frente Pela Vida é o fortalecimento do SUS, os atos de solidariedade, principalmente, para com os grupos mais vulneráveis, a preservação do meio ambiente e o fortalecimento da democracia.
"Pressionar para que tudo o que precisa ser feito para o SUS responder, ter condição de atender as pessoas, ocorra. Para que tenha, de fato, uma comunicação entre o governo federal. Todo mundo falando a mesma língua. Todo mundo seguindo a ciência. E para que a gente garanta também que as medidas de proteção social que estão sendo anunciadas saiam logo, porque as pessoas estão precisando", diz ela.
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Estão juntos na frente: a Sociedade Brasileira de Bioética (SBB); o Conselho Nacional de Saúde (CNS); a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); a Associação Brasileira de Imprensa (ABI); e a Rede Unida.
O Brasil registrou, até o momento, mais de 37 mil mortos em decorrência da covid-19. O site elaborado para o evento reúne mais detalhes da iniciativa como a programação completa, a declaração das entidades, notícias e materiais de divulgação.
Edição: Leandro Melito