Em nota técnica divulgada nesta segunda-feira (8), a entidade destaca que a temporada de secas e queimadas na Amazônia brasileira, que começa agora no final de junho, terá potencial de provocar mais mortes na região ao somar-se aos casos do novo coronavírus.
O IPAM calcula que existem mais de 4,5 mil quilômetros quadrados de floresta já derrubada entre janeiro de 2019 e abril de 2020 esperando as queimadas para, em seguida, virar pasto. A área é equivalente a três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Quatro estados concentram 88% da área já desmatada à espera da queima, são eles: Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. O Pará, sozinho, reúne 42% do total desmatado que ainda não foi queimado, segundo os cálculos do IPAM.
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Durante a temporada de fogo, extensas áreas da Amazônia têm a qualidade do ar pior que a verificada no centro da cidade de São Paulo, segundo o físico Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo e que colaborou com o levantamento.
Isso tem forte efeito na saúde, principalmente em crianças e idosos. O médico clínico Marcos Pontes afirma que, no período da seca, se observa um aumento de casos respiratórios nas emergências dos hospitais.
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"Esse ar inalado com fumaça contém algumas toxicidades. E isso, aliado ao ar seco e frio, vai causar uma irritação na via aérea pulmonar, predispondo o pulmão a ter infecções como pneumonias", alerta.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia sugere, na nota divulgada, a adoção de medidas de prevenção e controle de incêndios nas três esferas governamentais, a federal, as estaduais e as municipais, especialmente nos locais de maior risco.