Crime

Sargento da PM acusado de matar adolescente de 15 anos é preso em São Paulo

Justiça determinou a detenção de Adriano Fernandes de Campos, que foi cumprida pela Corregedoria da Polícia Militar

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Cerca de 300 moradores da Vila Clara, zona sul de São Paulo, marcharam exigindo justiça pelo assassinato do adolescente Guilherme Silva Guedes, de 15 anos
Cerca de 300 moradores da Vila Clara, zona sul de São Paulo, marcharam exigindo justiça pelo assassinato do adolescente Guilherme Silva Guedes, de 15 anos - Igor Carvalho / BdF

Apontado como responsável pelo assassinato de Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, o sargento Adriano Fernandes de Campos foi preso na noite desta quarta-feira (17), por ordem da Justiça.

Durante os próximos 30 dias, o sargento, que é lotado no Batalhão de Ações Especiais (Baep) de São Bernardo do Campo, deve permanecer presos. A Polícia Civil considera que Campos pode auxiliar a investigação, apontando quem seria o segundo assassino de Guedes.

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O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) ainda não consegue precisar se Campos foi o autor de algum dos disparos que vitimaram o adolescente. Porém, os investigadores estão convictos de que o sargento participou do crime.

Sobre o segundo assassino, a suspeita é que ele chame Paulo. Moradores da região e a família de Guedes encontraram uma identificação típica de fardas policiais com a inscrição “SD PM Paulo” ao lado da casa de Guedes.

Empresa de vigilância

Sediada em Santo André, na Grande São Paulo, a Campos Forte Portaria Ltda é a empresa contratada para fazer a vigilância da terceirizada da Sabesp na Vila Clara, zona sul de São Paulo, onde o adolescente Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, foi assassinado.

Os sócios são dois policiais militares, o sargento Adriano Fernandes de Campos e o sargento aposentado Sebastião Alberto de Campos, pai e filho, respectivamente.

Na última terça-feira (17), o Brasil de Fato esteve na terceirizada da Sabesp e conversou com Osvaldo Marchetti, engenheiro responsável pela empresa.

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Ele confirmou que o sargento da Polícia Militar Adriano Fernandes de Campos é o proprietário da empresa que foi contratada para fazer a vigilância do galpão, onde ficam diversos caminhões que são utilizados para instalação e reparos feitos pela Sabesp.

Segundo Marchetti, três adolescentes teriam pulado no terreno da terceirizada da Sabesp na noite de domingo para tentar chegar a um supermercado ao lado.

Um vigia, que presta serviços para a Campos Forte Portaria Ltda, ligou para o sargento Adriano Fernandes de Campos, que foi até o local. O horário coincide com o desaparecimento de Guedes, que foi encontrado já na segunda-feira (15), em Diadema, na Grande São Paulo, com sinais de tortura no corpo.

Ainda de acordo com Marchetti, no dia seguinte ao assassinado de Guedes, Campos e o outro vigia já não estavam na empresa.

“Quando um funcionário chegou para trabalhar na segunda de manhã, o vigia não estava e a porta estava aberta. Aí apareceu um grupo lá do outro lado querendo saber do garoto que tinha desaparecido. Nós não tínhamos conhecimento disso. Informamos os dados da companhia privada de vigilância", afirma Marchetti.

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Ilegal

Por manter a empresa Campos Forte Portarias, o sargento Campos pode sofrer outras sanções. Isso porque, a Constituição Federal proíbe que servidores públicos acumulem cargos remunerados e o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar determina que agentes não podem participar de sociedade em empresas que obtenham lucro.

Edição: Rodrigo Chagas