O primeiro jornal oficial brasileiro foi criado em 1808, o Gazeta do Rio de Janeiro. A principal finalidade do meio era difundir os interesses da Coroa Portuguesa. Desde então, foram se conformando os grupos midiáticos familiares que permanecem até hoje no Brasil, com a formação dos veículos de comunicação atrelada ao pensamento das classes dominantes.
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O fato da mídia ter sido conformada dessa maneira no Brasil implicou em uma predominância do formato de comunicação comercial, visando o lucro e de caráter elitista, racista e machista. Por outro lado, no contraponto dessa mídia comercial, surge a imprensa negra, a comunicação popular e outros grupos que se propõem a trazer uma nova perspectiva sobre a realidade da população brasileira.
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Na série de dicas do Brasil de Fato Pernambuco de hoje, listamos cinco sites, blogs e portais organizados por pessoas negras e que se propõem a trazer notícias, artigos, reflexões e uma outra visão sobre as questões que envolvem a população negra no Brasil e no mundo.
O Portal Geledés é organizado pelo Geledés - Instituto da Mulher Negra,que é uma organização política brasileira de mulheres negras fundado em 1988 que vem desde então encampando a lutra contra o racismo e o sexismo. Seu nome deriva do conceito de gelede, sociedades secretas femininas na cultura iorubá. É uma das maiores ONGs de feminismo negro do Brasil com várias campanhas e ações significativas contra o racismo.
Criado em 2015 por um grupo de jovens comunicadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), o Alma Preta é uma agência de jornalismo especializado na temática racial do Brasil. O site do Alma Preta envolve reportagens, coberturas, colunas, análises, produções audiovisuais, ilustrações e divulgação de eventos da comunidade afro-brasileira.
Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades –CEERT
O CEERT é uma organização não-governamental brasileira fundada em 1990. A ONG declara procurar garantir os direitos da população negra apoiando a luta pelo fim das desigualdades étnico-raciais e o preconceito existente na sociedade brasileira. Além disso, desenvolve e executa projetos voltados para a promoção da igualdade de raça e gênero.
O projeto Blogueiras Negras nasceu em março de 2012, mais precisamente no dia 8, Dia Internacional da Mulher. O intuito do projeto desde o início era ser referência para as mulheres de ascendência africana e aquelas que se identificam com o feminismo e a luta antirracista das mulheres negras. Atualmente conformam uma comunidade online com mais de 1.300 mulheres. O blog é o veículo de comunicação produzido coletivamente para dialogar com todas as mulheres negras e afrodescendentes, mas também com todas as mulheres que partilham a luta feminista e antirracista.
Para quem gosta de arte e literatura, o Resistência Afroliterária nasceu com o intuito de ser um espaço de divulgação e exposição de arte negra. No site é possível encontrar análises, resenhas, divulgações, indicações, reflexões e notícias sobre literatura e cultura feita por e para pessoas negras.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga e Raquel Júnia