Nesta semana, o governo venezuelano adotou o novo plano de flexibilização da quarentena pela covid-19, chamado de "7+7", após três meses de isolamento restrito. O plano prevê uma semana de confinamento geral, autorizando apenas o funcionamento de serviços essenciais: saúde, segurança e telecomunicações. Já na semana seguinte, seriam abertos cerca de 20 setores da economia, como bancos, indústria têxtil e de calçados, padarias, lavanderias, cartórios, entre outros, em horários pré-determinados.
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A Venezuela foi o primeiro país do continente americano a decretar quarentena em nível nacional e o fechamento das fronteiras terrestres e aéreas, ainda no dia 14 de março.
Também é a nação que aplicou a maior quantidade de testes de diagnósticos na América Latina. Até a última quinta-feira (18), haviam sido aplicados mais de 1,1 milhão de testes. Hoje, os venezuelanos vivem o pico dos contágios, com 3.483 casos positivos e 28 falecidos.
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Segundo o governo bolivariano, cerca de 80% dos contágios são importados, de pessoas provenientes do Brasil e da Colômbia, que ingressaram no país por meio dos corredores humanitários ou em algum dos 37 voos humanitários oferecidos pelo Estado para repatriar seus cidadãos. Até o momento, cerca de 58 mil venezuelanos retornaram à Venezuela comente nos últimos três meses de pandemia.
Por conta do bloqueio, a nação conta com solidariedade internacional para ter acesso a equipamentos de proteção individual, testes de diagnósticos e outros insumos médicos. Ainda no mês de março, o governo bolivariano estabeleceu uma ponte área com a China, que já enviou seis aviões com ajuda humanitária. Nessa sexta-feira, (19), aterrissou em Caracas um carregamento de 90 toneladas doados pela Suiça para os projetos humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU) e suas agências.
O recorde no número de contágios foi computado na última quarta-feira (17), com 236 infectados em 24 horas, sendo que 159 foram de transmissão comunitária. Destes, 70% estão localizados em um foco no Mercado das Pulgas, em Maracaibo, capital do estado de Zulia, fronteira com a Colômbia.
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De acordo com o presidente Nicolás Maduro, esse foco de contágio surgiu pelos venezuelanos que retornam ao país pelos caminhos ilegais, as chamadas "trochas", evitando assim o cumprimento dos 14 dias de quarentena obrigatória nos Postos de Atenção Social Integral (Pasi) espalhados pelas fronteiras do país.
O chefe de Estado também criticou o controle de circulação de pessoas nos alojamentos dos Pasi, o que pode ter gerado novas infecções.
"As pessoas estavam em hotéis e pensavam que estavam de férias, recebiam sua família e saiam para caminhar, visitar seus familiares. Violaram os protocolos de segurança e contaminaram seus vizinhos e sua família", afirmou o mandatário em transmissão televisiva.
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Diante desse cenário, Maduro decretou um isolamento social mais rígido na semana de quarentena, que começa na próxima segunda-feira (21) em seis regiões do país, incluindo o estado de Bolívar, que faz fronteira com o Brasil, além do Distrito Capital.
Na capital Caracas, o governo também debate a possibilidade de suspensão dos serviços de metrô, mas mantendo outras linhas de transporte público.
Edição: Vivian Fernandes