Ainda com prerrogativa de ministro da Educação, Abraham Weintraub, deixou o Brasil nessa sexta-feira e entrou nos Estados Unidos, na expectativa de ocupar uma cadeira no Banco Mundial. Oficialmente ocupando a chefia da pasta, ele tem direito ao uso do passaporte diplomático, que facilita as viagens internacionais. Weintraub ingressou em solo estadunidense, mesmo em meio à proibição do governo Trump de que brasileiros viagem ao país.
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O documento dá benefícios como atendimento em guichês especiais nos aeroportos de outros países e menos burocracia nos procedimento de imigração. Além disso, quando fechou as fronteiras por causa da pandemia do coronavírus, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou algumas exceções. O cidadão brasileiro comum não pode entrar no país, mas representantes do governo, autoridades em missões de órgãos internacionais e convidados do governo estadunidense não estão sujeitos a essa proibição.
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A demissão do ex-ministro só foi oficializada um dia depois da viagem. Neste sábado (20), o governo publicou a decisão em uma edição extra do Diário Oficial da União. No mesmo dia, o irmão dele, Arthur Weintraub e o Ministério da Educação confirmaram que Weintraub não estava mais no Brasil. Vale ressaltar que quando anunciou a saída do cargo, ele afirmou que participaria da transição e "passaria o bastão" para quem for escolhido para chefiar a pasta.
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No entanto, um dia depois do anúncio, ele informou em suas redes sociais que estava saindo do Brasil "o mais rápido possível (poucos dias)". O tom de urgência e a pressa são encarados por alguns como uma tentativa de fugir das consequências de investigações das quais é alvo. Weintraub é investigado no inquérito das fake news, do Supremo Tribunal Federal. Ele responde por seis tipos de infração. Na lista estão crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social e difamação.
Abaixo Assinado
A demissão de Weintraub é vista como uma forma de apaziguar os ânimos entre o governo de Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal. O ex-ministro chegou a defender a prisão dos magistrados do STF e usou a palavra vagabundos para se referir a eles. Em troca da saída da pasta, ele será indicado pelo capitão reformado para assumir um cargo no Banco Mundial, instituições que tem objetivo de diminuir a pobreza por meio de financiamento a nações em desenvolvimento.
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Em reação à possibilidade de que ele ocupe uma cadeira no organismo internacional, foi encaminhada uma carta à instituição pedindo que o nome de Weintraub seja barrado. O documento, assinado por mais de 250 instituições e personalidades cita a falta de competência do ex-ministro para o cargo, assim como “comportamento odioso e desempenho medíocre como ministro da Educação”.
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“Estamos convencidos de que o Sr. Abraham Weintraub não possui as qualificações éticas, profissionais e morais mínimas para ocupar o assento da 15ª Diretoria Executiva do Banco Mundial. Assim, pedimos aos Senhores as providências necessárias para resolver os problemas e as preocupações apresentados nesta carta” conclui a carta.
Edição: Douglas Matos