A servidora pública Márcia Cabral acha que pegou coronavírus do marido, quando ele foi ao mercado em Fortaleza, onde moram. Mas pode ter sido também por meio das crianças no parquinho do prédio, onde a filha de quatro anos costuma brincar.
"A gente não sabe se esse contágio se deu entre as crianças e a Nicole trouxe para a gente, ou se foi no supermercado. A gente fica muito na dúvida", diz.
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Já o analista de TI, Luiz Otávio Lima, imagina que pode ter contraído a doença numa das raras idas ao mercado."Fazendo um mapeamento das possibilidades, para mim ocorreu em locais onde tive contato com outras pessoas. Aí pode ter sido na padaria ou no mercadinho local".
Pois é, quando alguém fala que está ou que teve coronavírus, a primeira pergunta das pessoas é: onde você pegou? O fato é que essa resposta é muito difícil e gera reflexões e teorias de doentes, parentes e amigos sobre a possibilidade de contágio.
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Aliás, esse é o questionamento que a aposentada Cláudia Sampaio, de São José dos Campos, mais tem ouvido. "Então eu ficava pensando de qual pessoa ou em qual momento eu poderia ter sido contaminada. Mesmo tentando, não conseguia essa resposta. E pensei: não dá para saber, né?", indaga.
Hospitais e transporte público podem ter alto risco de contaminação. Os hospitais, claro, porque é para lá que os doentes vão. Já ônibus, metrô e trens, por causa do fluxo de pessoas. Por outro lado, é dentro de casa que o risco de contaminação é o mais baixo.
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O infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Matheus Westin, explica como os locais de risco podem ser avaliados.
"São levados em consideração três elementos fundamentais para se avaliar o risco de um determinado local. Uma dessas dimensões, que é óbvia, é o numero de pessoas que podem estar com o coronavírus naquela localidade. E aí os hospitais ou qualquer unidade de saúde que atendam pessoas com coronavírus, apresentam mais risco".
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Ainda segundo o especialista "outro elemento é o nível de aglomeração em determinados ambientes. Para esse fator, a gente percebe que transporte coletivo e ambientes fechados são ambientes de alto risco. E um terceiro é que mesmo que não haja tanta aglomeração, os ambientes podem proporcionar interação direta ou indireta entre as pessoas. As feiras livres entram nessa categoria", avalia.
Por via das dúvidas, é sempre importante tomar os cuidados, que já podem ser considerados básicos: higienizar as mãos e os locais onde as pessoas tocam frequentemente. Evitar encostar no rosto sem lavar as mãos, usar máscara e manter uma certa distância de outras pessoas em locais públicos.