Não conta deu conta da agenda para a educação básica e teve denúncias de licitações fraudulentas
Jair Bolsonaro anuncia o ex-presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva, como novo ministro da Educação, nesta quinta-feira (25). Para falar sobre a nomeação, o Jornal Brasil Atual Edição da Tarde, recebe Gabriel Magno, professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal (DF) e Secretário de Assuntos Jurídicos e Legislativos da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).
Após a divulgação do nome do novo chefe da pasta de Educação, a CNTE divulgou nota criticando a escolha: "A indicação de Carlos Alberto Decotelli ao Ministério da Educação não atende aos interesses de uma escola pública e gratuita para todos, em especial nesses tempos de pandemia que exigem desafios monumentais para o momento. Decotelli é economista ligado à área de finanças e oficial da reserva da Marinha, mantendo ligações políticas com o ministro da Economia Paulo Guedes", expressa a nota.
"É mais um membro das Forças Armas ocupando um ministério, e ele ocupou a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação na época do ministro Vélez e no início da gestão do fugido Weintraub. A gestão de Carlos Alberto foi desastrosa, tanto por não dar conta da agenda para a educação básica, 19 licitações esperadas pra 2019 não saíram do papel; e também porque há denúncias de licitações fraudulentas, uma de mais de R$ 3 bilhões para compra de computadores para alunos de redes públicas estaduais e municipais", critica Magno.
Sobre as medidas anunciadas de retomada das aulas em alguns estados do Brasil, como São Paulo, o representante da CNTE afirma que a prioridade para os docentes é "salvar vidas", e não "o ano letivo": "é possível recuperar o ano letivo, jogá-lo para 2021, mas a prioridade dos governos, do poder público deve ser salvar vidas. Nós estamos mobilizados no Brasil inteiro com nossas entidades afiliadas para não permitir que no auge de uma pandemia, com risco de contágio, professores e estudantes tenham que se aglomerar nas escolas públicas, mesmo que pra isso a gente precise organizar greves. É preciso garantir que o professor, o trabalhador da educação, o estudante, não corram risco de vida. A vida precisa estar acima de qualquer tentativa de salvar o ano letivo, de salvar um conteúdo ou de salvar algumas empresas que estão tendo prejuízos, principalmente os grandes barões do ensino privado no Brasil", concluiu o professor.
Confira a entrevista completa com o integrante da CNTE e todos os destaques do jornal no áudio acima
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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.
Edição: Mauro Ramos
