A fúria de C tomou conta do nosso universo. Talvez tivesse a ver com auto rejeição. Ele era absolutamente amado, mas ninguém sabia demonstrá-lo e ele se sentia odiado. Mas era alegre mesmo assim. Era espalhafatoso e expunha-nos constantemente a perigos. Principalmente L, seu amante que se sentia encurralado.
Naquela vez ele tinha ido longe demais. Os seus olhos verdes venenosos sempre nos conduziam ao caos. Um tipo de manipulador ingênuo que manipulava a si e aos demais, porém sem nenhum cálculo, apenas rumo ao penhasco. Ah maldito espontâneo e cruelmente belo!
C havia empurrado L ao seu limite. O frágil desmilinguido era uma arma assustadiça. Sua face tosca esgoelava na janela do carro apenas desespero e violência.
Ah… Naquela noite não teríamos medo de nada e nossa gangue iria até nossa raiz mais profunda. Em um epiteto trágico iríamos em busca da cidade de ouro. A beleza da ambição não teria a mínima vantagem frente aos nossos sonhos de fazer da juventude a noção de hedonismo absoluto.