As Frentes Brasil Popular Ceará e Povo Sem Medo realizam nesta sexta-feira (26) várias ações de denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).
Faixas pedindo “Fora, Bolsonaro” foram estendidas em vários pontos de Fortaleza e na região do Cariri, local onde o presidente tem agenda prevista para realizar a "inauguração" de trecho da transposição do Rio São Francisco. A realização da obra é uma das marcas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, principal adversário político de Bolsonaro.
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Mesmo com iniciativas anteriores para direcionar as águas do Rio São Francisco para outras regiões, o projeto mais ousado veio em 2007 durante o segundo mandato do ex-presidente.
Bolsonaro não é o primeiro presidente que busca obter ganho político em cima da obra. Em março de 2017, Lula foi à cidade de Monteiro, no interior paraibano – destino final dos 270 quilômetros do Eixo Leste do projeto de transposição – acompanhado da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), para a “Inauguração Popular da Transposição do São Francisco”.
O evento foi um contraponto à visita do presidente golpista Michel Temer (PMDB), que, nove dias antes, esteve na mesma Monteiro, para "inaugurar" um trecho da obra.
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Protesto popular
Segundo Joyce Ramos, militante da Consulta Popular e integrante da coordenação da Frente Brasil Popular, as ações têm o objetivo de denunciar o descaso do governo federal face à crise sanitária provocada pela pandemia de coronavírus, bem como a crise política em que o presidente está envolvido.
“Essas ações são importantes para denunciar todas as mazelas que o desgoverno Bolsonaro tem feito, avançar com a campanha 'Fora Bolsonaro' no Ceará e, principalmente, representam a defesa da vida, da democracia e por uma construção unitária para derrotar o fascismo”, afirmou Joyce Ramos.
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Um ato simbólico também foi organizadona Praça do Ferreira, em Fortaleza com intervenções políticas e culturais.
Além da Praça do Ferreira, as ações também aconteceram na passarela Aguanambi, na passarela do Aeroporto, na avenida Whashington Soares, no Viaduto do Antônio Bezerra, entre outras.
Sobre a obra
O projeto, que iniciou em 2007, durante o segundo mandato do ex-preisdente Lula, foi orçado inicialmente em R$ 4,8 bilhões de reais, sendo a obra mais cara do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A previsão era de beneficiar mais de 12 milhões de pessoas, prevendo a captação de apenas 2% da vazão total do rio.
A obra se dividiu em dois eixos: o Eixo Norte, com 400km, tem seu ponto da captação na cidade pernambucana de Cabrobó, no Sertão do estado, com destino aos rios Salgado e Jaguaribe e os reservatórios de Atalho e Castanhão no Ceará; ao Rio Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte, chegando aos reservatórios de Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, ambos na Paraíba e Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, além do Rio Apodi, no Rio Grande do Norte.
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Já o Eixo Leste sai da Barragem de Itaparica, também no Sertão de Pernambuco e percorre 220km, onde alcança o Rio Paraíba, beneficiando os reservatórios do Poço da Cruz, em Pernambuco, e o Epitácio Pessoa (Boqueirão), na Paraíba. Além disso ramificações serão construídas em direção às bacias do rio Pajeú, do rio Moxotó e para a região Agreste de Pernambuco, por uma construção de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do rio Ipojuca.
Fonte: BdF Ceará
Edição: Leandro Melito e Monyse Ravena