O Instituto Vladimir Herzog lança nesta sexta-feira (26) acervo virtual do jornalista, com mais de 1.700 itens digitalizados, entre imagens fotográficas e correspondências.
“Além de reiterarmos nosso compromisso com sua memória e de toda sua luta por democracia, lançarmos o acervo neste momento é também um gesto simbólico de enfrentamento ao revisionismo histórico e de negação dos horrores promovidos pela ditadura militar”, afirmou o diretor-executivo do IVH, o ex-secretário de Direitos Humanos Rogério Sottili.
O lançamento do chamado Acervo Vladimir Herzog ocorre a partir das 19h, com uma live, também com a presença de Ivo Herzog, presidente do instituto e filho de Vlado, entre outros. No sábado, o jornalista completaria 83 anos. Ele foi assassinado no DOI-Codi paulista, em 25 de outubro de 1975.
O caso chegou à Corte Interamericana de Direitos Humanos, que em 2018 condenou o Estado brasileiro. Ainda assim, recentemente a Justiça rejeitou denúncia do Ministério Público contra acusados de participar do crime.
Fotografias, cartas, textos
Segundo Sottili, o objetivo é apresentar aspectos menos conhecidos de Herzog, além de promover a memória histórica. “Além de jornalista, Vlado esteve envolvido com o cinema, o teatro, a fotografia. Foi um dos grandes intérpretes do Brasil de seu tempo”, afirma.
“Queremos falar do que Vlado produziu em vida, de suas críticas sociais infelizmente ainda atuais, de sua defesa da educação pública.”
Os interessados encontrarão documentação pessoal preservada pela família por mais de quatro décadas. São mais de mil fotografias, muitas tiradas pelo próprio jornalista. Também estará disponível material – parte dele inédito – mapeado por pesquisadores em dezenas de instituições e acervos públicos e privados.
Ali estão, por exemplo, 78 textos jornalísticos escritos ou editados por Herzog, 131 números da revista Visão, que ele editou, e mais de 60 cartas escritas ou recebidas. Em parceria com o Museu da Pessoa, o acervo contará com 12 depoimentos de familiares e amigos.
Resultado de dois anos de pesquisa, projeto do IVH tem apoio do Itaú Cultural, assim como aconteceu em 2019, na Ocupação Vladimir Herzog, que teve público recorde de 98,5 mil visitantes.