Para denunciar os desmontes de direitos e celebrar o orgulho de ser lésbica, gay, bissexual, travesti, transsexual, queer, intersexo (LGBTQI+), 24 entidades nacionais organizaram a Semana do Orgulho e Resistência LGBTQI+.
Desde 23 de junho, a programação, transmitida pela internet, reuniu debates políticos, atrações culturais, projeções pelo Brasil e agenda de atividades dos estados. Neste domingo (28), último de programação, será lançado o Conselho Nacional Popular LGBTI+, que seguirá promovendo debates e ações de resistência.
As atividades ocorrem durante o mês do orgulho, data que faz referência à revolta de Stonewall, ocorrida em Nova York, no dia 28 de junho de 1969, quando um grupo de pessoas LGBTQI+ resolveu enfrentar a frequente violência policial.
O lançamento do conselho está previsto para as 16h. Haverá transmissão no Facebook e na página da Liga Brasileira de Lésbicas do Paraná.
LGBTQI+ no Brasil
O Brasil é considerado campeão em crimes contra a população LGBTQI+. Nos primeiros quatro meses de 2020, a violência contra travestis e transexuais aumentou 58% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Em 2019, o STF criminalizou a homofobia, equiparando o crime contra pessoas LGBTI+ ao racismo. Mais recentemente, o STF derrubou a restrição de doação de sangue por essa população.
Para Léo Ribas, da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), o lançamento do Conselho Nacional Popular LGBTI+ representa um marco histórico da união de organizações comprometidas com o enfrentamento do racismo, do fascismo, do genocídio e pela defesa radical dos direitos LGBTI+ e da democracia.
"Defendemos a visibilidade das mulheres lésbicas e bissexuais, das suas 'corpas' e práticas, historicamente invisibilizadas em todos os espaços. Esse conselho apresenta uma estratégia de orgulho e resistência da população LGBTI que não compactua com os ataques e desmandos do atual desgoverno do país. Com fascista não existe diálogo possível", afirma a militante da LBL. Entre os motes do Conselho Nacional Popular LGBTI+, segundo Léo, surgem como urgentes algumas demandas: "Fora, Bolsonaro! Fora, Mourão! Fora, Damares!".
Fonte: BdF Paraná
Edição: Camila Maciel e Lia Bianchini