Um acordo anunciado neste sábado (27) pelo Ministério da Saúde com a Universidade Oxford, do Reino Unido, e com a farmacêutica britânica AstraZeneca, prevê a compra de insumos e tecnologia para a produção de uma vacina contra a covid-19 no Brasil.
O investimento de 127 milhões de dólares (R$ 695 milhões) pelo Ministério da Saúde é uma aposta, uma vez que ainda não comprovação de que a vacina seja segura e eficaz.
"Os resultados de eficácia são avaliados mês a mês. A ideia é que os resultados sejam preliminares, sejam apresentados entre outubro e novembro de 2020", conforme afirmou Camile Sacheti, diretora de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos.
O estudo ainda está em fase de testes e, se comprovada a eficácia da vacina, 30 milhões de doses serão distribuídas. O planejamento prevê a distribuição de 15,2 milhões em dezembro de 2020, e 15,2 milhões em janeiro de 2021, com prioridade para grupos de risco e profissionais da saúde.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina produzida pela Universidade de Oxford é a mais avançada em termos de desenvolvimento. A declaração foi dada nesta sexta-feira (26) por Soumya Swaminathan, cientista-chefe da organização.
Segundo ela, há mais de 200 vacinas candidatas contra o novo coronavírus, sendo que 15 estão na fase de ensaio clínico, no qual são permitidos testes em humanos.
Produção nacional
Segundo o Ministério da Saúde, o governo foi convidado pela embaixada britânica e pelo presidente do laboratório AstraZeneca para participar do acordo de cooperação no desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina para covid-19.
No Brasil, a tecnologia será desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que será preparada para fabricar a imunização distribuída no país com a tecnologia estrangeira.
Do total de U$ 127 milhões de dólares, U$ 30,4 milhões serão de investimentos para adequação da Bio Manguinho, parque tecnológico da instituição.
Quando a vacina chegará à população?
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, o nível de detalhamento sobre vacinação e prazo serão definidos pela Fiocruz. Mas ele pontuou que a distribuição da vacina é rápida, porque o Brasil já possui uma rede de vacinação bem estabelecida.
Ele usou como exemplo que cerca de 90 milhões de brasileiros receberam doses da vacina de influenza, de forma antecipada. A expectativa – se tudo der certo – é de que sejam vacinados 100 milhões de brasileiros.
Assim, em dezembro, se os resultados forem positivos estima-se que cerca de 15 milhões de doses serão oferecidas a grupos de risco como idosos, pessoas como algum tipo de comorbidade e profissionais de saúde e da segurança pública.
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Se a vacina for realmente segura e eficaz e tiver o registro no Brasil, serão mais 70 milhões de doses, no valor estimado em US$ 2,30 por dose. Depois da chegada do primeiro lote em dezembro e janeiro de 2020, o Brasil pretende produzir mais 70 milhões de doses da vacina.
"A parceria começa com a encomenda, em que o Brasil assume também o risco da pesquisa. Vamos pagar pela tecnologia, mesmo não tendo os resultados necessários clínicos finais", afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.
Edição: Geisa Marques