"Esse levantamento vai subsidiar o interesse que as pessoas têm por essas práticas"
Desde 2006, existe no Brasil a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que levou para o Sistema Único de Saúde tratamentos alternativos como homeopatia, plantas medicinais e fitoterápicas, a medicina tradicional chinesa, acupuntura, aromaterapia, dentre 29 técnicas milenares.
De acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), as práticas são recursos preventivos e terapêuticos que auxiliam na promoção da saúde, estimulando mecanismos naturais do corpo humano.
Levando-se em consideração os impactos da covid-19 na saúde física e mental da população, como ansiedade e abuso de álcool, além dos sintomas físicos, o Laboratório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) da Universidade Federal de Santa Maria (Lapics/UFSM) vem desenvolvendo uma pesquisa a fim de investigar quais e como práticas integrativas e complementares são utilizadas entre as pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus ou em isolamento social.
O coordenador do estudo, Marcio Rossato Badke, que também é membro do Grupo Temático Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas Complementares da Abrasco, explica que “a pesquisa também vai verificar se, além das 29 práticas, quais as outras que as pessoas utilizam e o quanto foi benéfico durante esse período”, como complemento ao autocuidado.
“Acreditmos que o levantamento vai subsidiar, mostrando o interesse que as pessoas têm por essas práticas e os benefícios que elas podem trazer”, afirma Badke, para quem o uso das PICS deve se mostrar extensivo para toda a população.
Para o pesquisador, cada vez mais as pesquisas vão reforçar “a importância das práticas” e trazer tais subsídios para pesquisas científicas, “sem jamais desmerecer o saber popular, que nos ensina muito para o andamento com as práticas integrativas e complementares de saúde”.
Embora a covid-19 seja um fenômeno recente, dezenas de pesquisas pelo mundo já demonstram esses efeitos psíquicos – não só da doença, mas das próprias medidas de contenção. Um levantamento realizado na China, na fase inicial da pandemia, mostrou que 13,8% das pessoas passaram a manifestar sintomas depressivos leves, 12,2% apresentaram sintomas moderados e 4,3%, graves.
Edição: Rodrigo Durão Coelho