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Estátua de ativista negra é retirada em 24h por autoridades de Bristol, na Inglaterra

Representação da manifestante Jen Reid substituiu o símbolo de Edward Colston, traficante de escravos do século 17

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A obra será levada para um museu municipal para que o autor possa recuperá-la ou doá-la para o município - Geoff Caddick / AFP

Cerca de 24 horas após sua instalação, a estátua da manifestante negra Jen Reid em uma praça no município de Bristol, na Inglaterra, foi retirada na manhã desta quinta-feira (16) pelas autoridades locais por não ter autorização oficial para estar ali. A obra foi considerada uma instalação temporária.

A obra, feita pelo artista britânico Marc Quinn, recebeu o nome de A Surge of Power (Uma Onda de Poder) e tinha substituído a estátua de Edward Colston, um traficante de escravos do século 17.

A imagem do representante do escravismo foi derrubada e jogada em um lago, no início de junho, em meio às manifestações antirracistas que se espalharam pelo mundo após o assassinato de George Floyd, cometido por um policial branco nos Estados Unidos. Na ocasião, Jen Reid subiu no pedestal em que estava a estátua e posou com o punho cerrado. 

Em suas redes sociais, o prefeito de Bristol, Marvin Rees, disse compreender a necessidade de expressão da imagem ali colocada, mas defendeu que a obra precisava ser retirada por não ter autorização. A estátua de Jen Reid será levada para um museu municipal para que Marc Quinn possa recuperá-la ou doá-la para o município.

Ao redor do mundo

A derrubada de estátuas com representações que remetem ao racismo também aconteceu em outro lugares do mundo, também ocorreu. Em Richmond, na Virgínia, Estados Unidos, uma estátua de Cristóvão Colombo, apontado na história como o primeiro conquistador europeu a chegar à América, foi derrubada, incendiada e jogada em um lago. 

Na mesma cidade, a estátua de Jefferson Davis, militar americano que defendia a manutenção da escravidão nos EUA, também foi derrubada.

Da mesma maneira, em Bristol, na Inglaterra, uma estátua de ​Edward Colston, traficante de escravos e membro do Parlamento britânico no século 17, foi derrubada e jogada em um rio. 

Segundo Suzane Jardim, historiadora e educadora em questões étnico-raciais, trata-se de uma discussão levantada sobre descolonialidade, que existe pelo menos desde a década de 1970. O processo de libertação de muitos países do continente africano passou pela destruição de símbolos escravocratas e colonializantes, explica.

Edição: Leandro Melito