Luto

Cacique Domingos morre após semanas internado em Angra dos Reis (RJ) por covid

Domingos Venite, de 68 anos, estava internado desde o último dia 23; prefeitura decretou luto oficial por três dias

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Cacique Domingos
Cacique Domingos apresentou sintomas no dia 14 e procurou atendimento médico, mas não fez teste para confirmar covid - Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos

O cacique da aldeia Sapukai, localizada em Angra dos Reis, no interior do Rio de Janeiro, morreu na madrugada desta terça-feira (21), após semanas de internação por covid-19. Domingos Venite, de 68 anos, estava internado em um leito de UTI no Centro de Referência para Tratamento de Covid-19, montado no município, desde o último dia 23. 

Na ocasião da internação, Domingos pediu à reportagem para não ser identificado para não causar pânico na aldeia e também não sofrer preconceito na cidade. Ele era responsável, entre outras coisas, por se locomover até o centro de Angra para resolver burocracias e comprar mantimentos. A aldeia Sapukai, da etnia Guarani, é a maior do estado, com aproximadamente 500 habitantes, e já tem 88 casos confirmados da doença, segundo dados da Prefeitura de Angra. 

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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os indígenas receberam a orientação de não realizar o ritual de falecimento, em que haveria canto e reza até que seu corpo fosse “liberado” para ser enterrado. Dessa maneira, a despedida de Domingos acontecerá apenas com sepultamento de seu corpo no cemitério da aldeia, respeitando as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A prefeitura decretou luto oficial de três dias nesta terça (21).

Apesar de estar fora da região metropolitana, que é a mais atingida pelo novo coronavírus, Angra dos Reis é uma das cidades que reúne mais casos de covid-19 em todo o estado do Rio de Janeiro, somando 3.398 casos confirmados e 102 óbitos, até a última segunda (20). O município está atrás apenas da capital fluminense, de Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Macaé e Itaboraí. 

Além disso, a região da Baía da Ilha Grande, que engloba os municípios de Angra, Mangaratiba e Paraty, apresenta a maior carência de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), equipamentos e profissionais, proporcionalmente ao tamanho da população local no estado. 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse e Rodrigo Durão Coelho