A Câmara dos Deputados retomou nesta terça-feira (20) as discussões sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/2015, sobre o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O governo Bolsonaro articulou com deputados do Centrão para tentar adiar a análise para a próxima semana, mas os esforços foram frustrados pela pressão da oposição e de entidades de defesa da educação. No final do dia, a Câmara aprovou a permanência do Fundeb.
Em entrevista ao vivo, a vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marlei Fernandes de Carvalho, afirma que o objetivo do governo era o de "descaracterizar" o texto da deputada Professora Dorinha (DEM-TO), relatora da proposta.
"O governo se negou durante 18 meses a discutir qualquer possibilidade de financiamento público para a educação, e chega nesta segunda-feira como uma proposta completamente esdrúxula, tentando descaracterizar por completo os recursos do Fundeb. O que o governo Bolsonaro tenta, o tempo todo, é tirar recursos de várias áreas (saúde, educação, previdência), para dar aos bancos".
O jornal traz também reportagem sobre os impactos econômicos da crise nas mulheres no país. Segundo dados divulgados em 2019 pelo IBGE, mulheres dedicam em média 18 horas e meia semanais aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas, enquanto os homens gastam em média, 10 horas semanais realizando as mesmas atividades.
Márcia Viana, secretária de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), essa realidade somada à pandemia, faz com que as mulheres sejam as mais prejudicadas: "as mulheres estão ainda mais sobrecarregadas, pois equilibrar o trabalho remunerado, muitas vezes sem ter condições de ter um espaço pra trabalhar dentro da sua casa, com os milhares de afazeres domésticos e cuidados com os filhos, não é nada fácil. E a dificuldade é ainda maior para as mães solo, uma situação grave vivida por mais de 11 milhões de famílias no Brasil", explica Viana.
Marilane Teixeira, economista e pesquisadora na área de Relações de Trabalho e Gênero do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho da Unicamp, afirma que a pandemia chegou em um momento de estagnação econômica, desemprego e trabalho informal em alta. "Não há como tratar a crise sem identificar os efeitos diferencias sobre as mulheres, especialmente, as que se encontram em maiores condições de vulnerabilidade social. Com a crise há uma intensificação do trabalho não remunerado das mulheres. O desemprego, que já era expressivo antes da pandemia, afeta primeiramente os trabalhos mais precários e altamente feminizados, como emprego doméstico, comércio e serviços, que foram os que mais se ressentiram da crise", explica a economista.
Confira todos os destaques e o jornal completo no áudio acima.
------
O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.
Edição: Mauro Ramos