Os dados mais recentes do Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena apontam que já são 542 mortes confirmadas pela doença nas comunidades indígenas. Ao todo, 16.656 pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus.
O maior número de mortes aconteceu no estado de Amazonas, com 183 registros. O Pará aparece em seguida, com 84 mortes, enquanto o Mato Grosso soma 60 mortes por covid-19 dentro de comunidades indígenas.
Para Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), lideranças já tentaram dialogar com o governo federal sobre os riscos da pandemia dentro dos territórios indígenas, mas não tiveram uma abertura para discutir um plano de ação conjunto.
Ainda em notícias sobre a pandemia, o Ministério da Saúde, do governo Jair Bolsonaro, gastou apenas 29% da verba emergencial prevista para o combate da covid-19.
Em março, quando a Organização Mundial da Saúde declarou a existência da pandemia, o governo federal criou uma dotação orçamentária específica, comprometendo-se a investir R$ 38,9 bilhões para conter a doença.
Até 25 de julho, data da elaboração do relatório, quando o Brasil acumulava 54.971 mortos pela covid-19, somente R$ 11,4 bilhões foram gastos, efetivamente. É o que aponta um levantamento elaborado pelo Tribunal de Contas da União, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira.
Esse valor inclui tanto os gastos diretos do ministério, quanto as verbas enviadas para estados e municípios. Destes últimos, somente 39% chegaram aos governos estaduais. E apenas 36% às prefeituras.
Além disso, o relatório do tribunal destaca que os estados do Pará e Rio de Janeiro, que respectivamente registravam a 2ª e a 3ª maior taxa de mortalidade pela covid-19, estavam entre as três unidades da federação que menos receberam repasses da União.
Questionada pelo Ministério Público Federal, e pelo próprio TCU, a área da Saúde não respondeu sobre o ritmo de aplicação das verbas de combate à covid-19.
Confira todos os destaques no áudio acima.
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Edição: Mauro Ramos