Inês do Amaral Buschel, sócia-fundadora e membro do Movimento do Ministério Público Democrático (MPD), faleceu aos 73 anos nesta terça-feira (22), após anos lutando contra o câncer. Promotora de Justiça do Estado de São Paulo, aposentada, Buschel sempre foi apoiadora de movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Defensora incansável dos direitos humanos e da democracia, lecionou na Faculdade de Direito da Universidade Paulista (UNIP) e no curso de graduação em Relações Internacionais na Faculdade Tancredo Neves. Pesquisou as correlações entre Direito, Comunicação e Educação em sua dissertação de mestrado e publicou dezenas de artigos sobre direitos dos cidadãos brasileiros.
Além de ser uma das fundadoras do MPD, associação fundada por membros do Ministério Público em 1991, com o intuito de promover o maior compromisso da Justiça para com o povo, Inês Buschel também era educadora popular.
Ela mantinha um blogue pessoal, onde escrevia sobre direitos humanos, cidadania, feminismo e poesia. Em seu último texto publicado, endossou a importância do manifesto “Basta!”, assinado por mais de 600 juristas contra os ataques de Jair Bolsonaro às instituições democráticas, principalmente contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
“Fiz questão de assiná-lo porque estarei sempre ao lado daqueles que exigem dos cidadãos(ãs), incluindo nossas autoridades constituídas, o cumprimento fiel das regras estabelecidas na Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. Esse ato de assinatura representa para mim o mínimo que posso fazer pelo povo brasileiro”, escreveu.
O sepultamento, exclusivo para familiares, ocorrerá às 11h no Cemitério da Paz, em São Paulo. Buschel deixa uma filha, a jornalista Beatriz Pasqualino, e dois netos, Violeta, 4 anos, e Milton, 2 anos.
Edição: Leandro Melito