A China prometeu retaliação e cumpriu. Depois que os Estados Unidos determinaram o fechamento de um consulado chinês em Houston, no Texas, o país asiático ordenou, nesta sexta-feira (24), o encerramento das atividades do consulado estadunidense na cidade de Chengdu, no sudoeste da China.
Entenda: EUA fecham consulado chinês no Texas e Pequim promete retaliação
Na quarta-feira (22), Washington deu 72 horas para os diplomatas chineses encerrarem as atividades no consulado. Na ocasião, o Ministério das Relações Exteriores da China que, em comunicado oficial divulgado nas redes sociais, pediu o recuo da decisão e prometeu retaliações: “A China vai reagir de forma legítima e necessária”.
Ao cumprir a promessa, nesta sexta, Pequim não especificou em quanto tempo os 200 funcionários estadunidenses que estão em Chengdu devem encerrar os trabalhos.
No comunicado, o governo chinês ainda afirmou que a “provocação unilateral” dos EUA "causou um prejuízo severo às relações dos dois países".
Além da embaixada na capital do país, em Pequim, e do consulado em Chengdu, os EUA têm outras quatro sedes diplomáticas na China continental, em Cantão, Xangai, Shenyang e Wuhan, e outro em Hong Kong – considerado um território “semi-autônomo”, com sistema político e econômico próprios. Nos EUA, o país asiático têm cinco consulados além do de Houston: em Nova York, Chicago, São Francisco, Los Angeles e Washington.
O consulado dos EUA em Chengdu fica perto de um importante centro industrial e comercial da China, pelo qual passam trens com produtos eletrônicos exportados para países da Ásia e Europa, o que mostra que a decisão de Pequim de fechá-lo não deve ter sido aleatória.
Comparações com a Guerra Fria
Em entrevista recente, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, não confirmou nem negou uma comparação do atual momento com a Guerra Fria.
A relação entre China e Estados Unidos vem se deteriorando desde a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, que ficou marcada pela guerra comercial entre os dois países e agora pela pandemia do novo coronavírus.
Na última terça-feira (22), procuradores estadunidenses acusaram hackers chineses de realizar uma "campanha global de invasão de computadores", a fim de acessar estudos sobre tratamentos para a covid-19, com o apoio de Pequim.
Edição: Rodrigo Chagas