Gastar com cloroquina em vez de sedativos é deliberadamente colocar a população em risco
A sanha genocida do governo Bolsonaro fica cada vez mais escancarada quando analisamos a característica da execução dos recursos do Ministério da Saúde do governo federal.
O último capítulo são as provas que mostram que Bolsonaro tem direcionado os recursos públicos para medicamento sem eficácia, como a cloroquina, que está com um estoque acumulado. Fora isso, existem os gastos e compras de insumos da índia seis vezes maior do que o preço normal, ao mesmo tempo em que faltam recursos públicos e iniciativas do governo federal para a compra de medicamentos com eficácia já reconhecida e comprovada, como por exemplo, anestésicos fundamentais para manter os pacientes em ventilação mecânica e salvar vidas.
As evidências vêm das informações obtidas junto às atas de reuniões do Ministério da Saúde e do comitê de operação emergencial do governo federal, que mostram que há mais de dois meses o Ministério havia sido noticiado de duas questões: uma, do risco real da falta de medicamentos anestésicos fundamentais para manter os pacientes em ventilação mecânica; A outra é sobre a incapacidade da indústria nacional multiplicar a produção de cloroquina como queria Bolsonaro.
Verdades e mentiras sobre a covid-19: o que diz a ciência?
O que fez o governo federal? Não tomou atitudes concretas - e usou mecanismos para esconder as informações em relação ao risco da escassez dos medicamentos anestésicos, que geraram uma grande crise que se arrasta á quase 2 meses nas UTI's. e agora chegou o momento mais crítico, como por exemplo o que se passa no estado do Paraná. E colocou em marcha, com alta velocidade uma importação absurda de insumos, para a produção de cloroquina, além de receber a cloroquina descartada pelo governo norte-americano.
Este é mais um capítulo da novela genocida de Bolsonaro que mostra claramente que existem atos deliberados para colocar a população em risco. Porque gastar recursos do Ministério da Saúde com medicamentos sem eficácia e não investir esses recursos na compra e na aquisição de medicamentos com eficácia comprovada como os anestésicos, é, sim um ato deliberado para colocar a população em risco.
Mais grave ainda são as evidências registradas nas próprias atas, que o tempo todo, tanto o Ministério da Saúde, sob ocupação militar, quanto outros membros do próprio comitê, tomaram atitudes deliberadas para esconder essa informação, para que essa informação não viesse à tona.
Chegam a existir recomendações claras de que os dados não poderiam ser divulgados. Aliás, o Ministério da Saúde, a Anvisa e seus membros omitiram essa informação quando foram convocados na comissão externa no enfrentamento à covid-19 exatamente para tratar deste tema.
Qual o resultado? Muitas vidas já se foram pela falta deste anestésico. E agora, sobretudo, os estados da região sul do país, que é o novo epicentro do crescimento de casos, estão em uma crise sem precedentes da ausência deste medicamentos.
Sobra cloroquina, medicamento sem eficácia e faltam anestésicos, medicamentos com eficácia.
Edição: Rodrigo Durão Coelho