Os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) podem esperar uma queda média de 7,6% em suas economias em 2020, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O FMI havia, anteriormente, previsto uma queda de 3%. Enquanto as projeções devem atrasar projetos econômicos em alguns desses países, o impacto em milhões de trabalhadores imigrantes de lugares como a Índia, Paquistão, Egito e Bangladesh, pode ser mais profundo e significativo.
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Quarentena e o preço do petróleo
Existem duas razões evidentes e interligadas causando a queda das economias do CCG neste ano. Embora a quarentena imposta para frear a disseminação da covid-19 tenha sido diretamente responsável pelo declínio na demanda de hidrocarbonetos no mercado internacional, a pandemia não é a única razão pela enorme queda no preço do petróleo, que é a principal commodity exportada pelos países da região.
A tentativa audaciosa da Arábia Saudita de entrar em uma guerra comercial com a Rússia, a segunda maior exportadora de petróleo do mundo, criou um superávit de produção em março, quando a redução no preço já estava sendo contemplado. Na verdade, a desaceleração das economias mundiais antes da pandemia já estava afetando negativamente o mercado de combustíveis.
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A dependência na exportação de hidrocarbonetos torna os países do Conselho de Cooperação do Golfo extremamente vulneráveis às variações do preço do petróleo.
Segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), os lucros da exportação de hidrocarbonetos constituem em média mais de 60% de toda renda de exportações e cerca de metade do Produto Interno Bruto (PIB) dos países do GCC. Nesse contexto, os preços atuais terão um impacto devastador nessas economias.
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Embora a maioria dos governos do CCG tenha anunciado pacotes emergenciais para estimular suas economias, a perspectiva de uma recuperação rápida é pequena. Os bancos centrais da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar anunciaram um pacote cumulativo de $60 bilhões para combater a crise econômica.
Com informações do People's Dispatch.
Edição: Douglas Matos