237 anos após o nascimento de Simón Bolívar em Caracas, capital da Venezuela, sua história continua inspirando a construção da República Bolivariana no país e a luta daqueles que, na América Latina, seguem sonhando com a unidade do continente, como propunha o libertador.
Nascido em 24 de julho de 1783, Bolívar encabeçou os processos de independência em grande parte da América do Sul, nos territórios que formam hoje a Venezuela, Colômbia, Panamá e Equador e almejava a consolidação de uma Pátria Grande no continente latino-americano.
O legado de Bolívar na Venezuela é inegável. Seu rosto estampa diversos murais pelo país e sua figura é sempre recordada pelas lideranças e movimentos políticos. Nesta sexta-feira (24), o presidente Nicolás Maduro lembrou, através de suas redes sociais, a importância do líder da independência.
“Comemoramos 237 anos do natalício do Pai Libertador, Simón Bolívar. O gigante que encarnou os valores espirituais e morais da nossa ‘venezuelanidade’ e que hoje somos chamados a aprofundar. Somos os herdeiros da sua grandeza e, como no passado, conseguiremos vencer as dificuldades”, escreveu Maduro.
A memória do herói da Independência se faz presente também em outros marcos de construção do bolivarianismo no país.
Foi nesta data, em 1982, que o ex-presidente e então tenente Hugo Chávez fundou o Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR-200), em referência ao bicentenário do nascimento de Bolívar. A organização cívico-militar MBR-200 esteve à frente da primeira rebelião militar comandada por Chávez em 1992, com o assalto do quartel 4F.
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Ainda neste 24 de julho comemora-se 15 anos da teleSUR, emissora multiestatal criada por Chávez. A coincidência da data não é mera casualidade. Criada como um projeto dos ex-presidente venezuelano com o apoio de Fidel Castro, o propósito da emissora é difundir assuntos pouco presentes nos grandes conglomerados de comunicação, trabalhando a notícia com um olhar contra-hegemônico.
Legado de Bolívar
Em entrevista ao Brasil de Fato, o pesquisador Alexandre Barbosa, doutor em Ciências da Comunicação e especialista sobre temas da América Latina, afirma que Bolívar é considerado um exemplo para todos que defendem a ideia de soberania popular e a integração dos povos latino-americanos.
“Ele já tinha uma ideia que a América Latina deveria ser unida, na forma de uma federação – não na forma de um governo monárquico –, mas livre da escravidão, e principalmente, que tivesse um modelo de república diferente dos europeus e diferente dos americanos. Ele já achava que América Latina devia ter um caminho próprio para chegar a sua autonomia.” comenta.
Edição: Luiza Mançano