O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba (PR) tem os dados de 38 mil pessoas e funciona como uma “caixa de segredos”. Segundo ele, a operação tem mais dados armazenados do que todo o sistema do Ministério Público Federal. As afirmações foram realizadas nesta terça-feira (29), em transmissão do grupo de advogados Prerrogativas.
Para analisar as denúncias de Aras, o Jornal Brasil Atual Edição da Tarde recebe a jurista Gisele Cittadino, professora da PUC-Rio e membro fundadora da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Cittadino, que também integra o Prerrogativas, especificou que Aras centrou a crítica especificamente em ações de integrantes da força-tarefa em Curitiba: "Há várias Lava Jatos no Brasil: a de São Paulo, a do Rio e um setor da Lava Jato em Brasília. Aras estava falando não inteiramente da operação em Curitiba, mas do 'lavajatismo'. Ele é contra aquilo que aconteceu em Curitiba, e que não aconteceu no Rio nem em São Paulo".
"As informações de Aras me lembraram, em alguma medida, do DOPS [Departamento de Ordem Política e Social]; e como se a Lava Jato de Curitiba se transformasse num enclave de poder judicial político ilegítimo, que controla dados aos quais ninguém tem acesso, usando o argumento do sigilo das investigações e do processo", critica a jurista.
Confira no jornal, reportagem sobre a tentativa do governo de Jair Bolsonaro de utilizar recursos de outros programas sociais, como o abono salarial, salário-família e seguro defeso, auxílio pago ao pescador artesanal, para bancar o Renda Brasil, benefício visto como uma “reformulação” do Bolsa Família.
O objetivo do ministro da Economia Paulo Guedes é remanejar recursos da área social no Orçamento, a fim de criar um programa de renda básica. A ação, no entanto, é vista com preocupação por especialistas da área.
Segundo Marilane Teixeira, economista e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Unicamp, a melhor saída seria fortalecer os cofres públicos e ampliar as receitas, em vez de retirar a verba de um benefício para pagar outro.
O jornal também traz informações sobre o veto integral de Jair Bolsonaro ao projeto de lei aprovado no Congresso que previa o pagamento de duas parcelas do auxílio emergencial para chefe de família monoparental, e que priorizava mães.
Confira todos os destaques e o jornal completo no áudio acima.
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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.
Edição: Mauro Ramos