SOBERANIA

Petroleiros começam vigília contra venda de unidades da Petrobras na Bahia

O objetivo é mostrar à sociedade a importância de uma empresa nacional, pública e integrada

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
O governo quer privatizar oito refinarias até o fim de 2021. Entre elas a Landulpho Alves (foto), no Recôncavo Baiano - Geraldo Kosinski/Petrobras

O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro Bahia) deu início nessa sexta-feira (31) à “Vigília Itinerante em defesa da Petrobras e da Bahia”. O objetivo da ação é mostrar à sociedade a importância de uma empresa nacional, pública, integrada, atuando em todos os segmentos da indústria do petróleo, gás e energia. Além de ser uma reação da categoria petroleira ao processo de privatização da estatal, que ocorre em ritmo acelerado e atinge profundamente a região Nordeste.

Leia mais: Com função social enfraquecida, Petrobras reduz produção e prejudica trabalhadores

Tendo como ponto de partida a cidade do Salvador, a vigília segue até 19 de agosto e passará por 13 cidades. O trajeto será percorrido por diretores do Sindipetro em um ônibus com o adesivo da campanha, que circulará por unidades integrantes do Sistema Petrobras na Bahia. Em cada um desses municípios, será feita uma vigília em frente à unidade da estatal e também uma manifestação no centro da cidade. 

“A vigília é também a reação da categoria petroleira ao desmonte e privatização predatória e irresponsável, implementados em ritmo acelerado pelo governo Bolsonaro”, afirma o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, que embarcará no ônibus com outros petroleiros.

Costa explica que a Bahia é um dos estados mais afetados pela politica de desinvestimento da Petrobras e que “pouco ou nada restará da estatal no estado onde foi descoberto o petróleo e nasceu a Petrobras”.

De acordo com estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nas informações divulgadas ao mercado pela Petrobras, 34 ativos – 31 no Brasil e 3 no exterior – estão na fase mais avançada de venda (vinculante). Na fase inicial (teaser e não vinculante), a soma é de 15 ativos.

Aprofunde-se: Lucros altos, investimentos baixos: como o desmonte da Petrobras impacta na sua vida

Uma das unidades postas à venda é a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), que pode ser adquirida por um conglomerado internacional dos Emirados Árabes, o Mubadala Investment Company. 

Os consumidores podem se preparar, pois a tendência é que os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha sejam ainda mais altos.

Para Radiovaldo, a Bahia terá uma perda imensurável se a venda da Rlam for concretizada. “Um grupo de investidores terá logicamente como interesse o lucro. Dificilmente veremos esse grupo investir em ações sociais que amenizem a situação das comunidades carentes que vivem no entorno da refinaria e os consumidores podem se preparar, pois a tendência é que os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha sejam ainda mais altos, pois não haverá o Estado para fazer intervenções se houver extrapolação de valores cobrados”, pontua.

O sindicalista lembra que pesquisas apontam que a maior parte da população é contra a privatização da Petrobras, “mas muita gente não entende o que de fato essa privatização pode representar para as suas vidas, para o seu dia a dia, e nós vamos explicar.

Veja o calendário completo da vigília:

31 de julho (sexta) - Salvador – Torre Pituba
3 de agosto (segunda) - Itabuna - Osub
4 de agosto (terça) - Jequié - Transpetro
5 de agosto (quarta) - Candeias – OP-Can e Petrobrás Biodiesel
6 de agosto (quinta) - São Francisco do Conde - Rlam
7 de agosto (sexta) - Madre de Deus -Temadre
10 de agosto (segunda) - São Sebastião do Passé – Taquipe
11 de agosto (terça) - Catu - Santiago
12 de agosto (quarta) - Mata de São João 
13 de agosto (quinta) - Camaçari - Fafen
14 de agosto (sexta) - Alagoinhas – Buracica
17 de agosto (segunda) - Entre Rios – Bálsamo
18 de agosto (terça) – Araças – Unidade de Araças 
19 de agosto (quarta) – São Francisco do Conde - Refinaria Landulpho Alves (Rlam).

Fonte: BdF Bahia

Edição: Rodrigo Chagas e Elen Carvalho