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Movimentos sociais realizam atos contra adiamento das eleições gerais na Bolívia

Organizações bloquearam vias exigindo o pleito em 6 de setembro em vez de 18 de outubro

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Central Obrera Boliviana convocou manifestações exigindo a realização das eleições em 6 de setembro - Reprodução

A Central Operária Boliviana (COB) e outros movimentos sociais ligados ao Pacto de Unidade da Bolívia realizaram nesta segunda-feira (03/08) bloqueios em estradas e avenidas de diferentes regiões do país contra a decisão de adiamento das eleições gerais que definirão o próximo presidente do país. 

A partir da meia noite desta segunda, a Federação de Conselhos de Bairro emitiu um comunicado convocando os moradores a realizar um "bloqueio de mil cantos", para paralisar completamente a cidade de El Alto. Em Cochabamba, os manifestantes travaram as estradas de Pongo, Sayari e Japokasa, vias que conectam o departamento a Oruro e La Paz. A mobilização também acontece em Santa Cruz, onde os bolivianos bloquearam algumas avenidas.

"Este governo usa a covid-19 como desculpa para se estender ao poder. Queremos um governo legítimo imediatamente", afirmou  Roberto Carlos Arias, um dos dirigentes da Federação Regional de Camponeses da Grande Chiquitania.

No final de julho, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) boliviano anunciou um novo adiamento das eleições presidenciais do país de 6 de setembro para 18 de outubro deste ano, com um eventual segundo turno em 29 de novembro. De acordo com Salvador Romero, presidente do órgão, o motivo seria o aumento da pandemia do novo coronavírus. 

Os manifestantes exigem que o cronograma acordado pelo TSE seja cumprido em conjunto com as diferentes forças políticas.  

As eleições presidenciais bolivianas estavam previstas para acontecer, inicialmente, no dia 3 de maio. No entanto, foram suspensas pelo TSE após a presidente autoproclamada Jeanine Áñez decretar quarentena na Bolívia em março. 

Áñez se autoproclamou presidente da Bolívia após o golpe de Estado que derrubou Evo Morales, que havia sido reeleito em outubro de 2019 para um novo mandato. Para o ex-mandatário, o adiamento das eleições é uma medida de Áñez em "ganhar tempo" para perseguir a oposição.

(*) Com teleSur.