O bispo emérito Dom Pedro Casaldáliga, da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), chegou ao hospital Santa Casa de Batatais, no interior de São Paulo, por volta das 23h desta terça-feira (4).
O religioso foi transferido para a unidade hospitalar a 354 km da capital após apresentar problemas respiratórios e permanecer uma semana internado no Hospital de São Félix do Araguaia. Aos 92 anos de idade, Casaldáliga sofre do Mal de Parkinson.
Referência da Teologia da Libertação, o bispo testou negativo para a covid-19. Conforme boletim divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) na manhã desta quarta-feira (5), Dom Pedro foi submetido a exames e já está em tratamento. A análise médica, até o momento, é de que não será necessário nenhum tratamento invasivo, apenas o uso de antibióticos.
De acordo com a organização, Casaldáliga tem o pulmão bastante comprometido, mas apresentas funções renais e cardíacas normais. Ainda jovem, o bispo foi acometido por uma forte pneumonia que deixou uma sequela permanente no órgão do sistema respiratório, o que torna o quadro ainda mais delicado neste momento.
O estado grave de saúde de Dom Pedro Casaldáliga gera preocupação nacional, principalmente entre organizações religiosas e movimentos populares. Ao longo de toda sua trajetória, dom Pedro sempre esteve ao lado dos trabalhadores do campo, dos indígenas e dos ribeirinhos.
Expoente na luta contra a ditadura militar brasileira, ele é um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da CPT. Denunciou frontalmente o trabalho escravo e a violência do latifúndio contra camponeses e indígenas, principalmente durante os anos de chumbo.
Com a saúde debilitada e mobilidade limitada, Dom Pedro vive sob cuidados de freis agostianos na cidade de São Félix do Araguaia, região marcada por conflitos agrários e onde foi nomeado bispo em 1971.
Edição: Leandro Melito