A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou nesta terça-feira (11) que o número de adolescentes infectados pela covid-19 na América Latina e no Caribe em julho ficou acima de 200 mil. Ainda de acordo com a entidade, no mesmo período foram registradas mais de 200 mortes por causa do coronavírus nessa faixa etária.
Leia também: Manual da Fiocruz aponta riscos e traz recomendações para volta às aulas na pandemia
Os números acendem o sinal de alerta. A percepção da Opas é de que mais jovens estão sendo contaminados e morrendo por causa da pandemia na região em comparação com outras partes do mundo. Um dos motivos centrais é o não cumprimento de medidas de isolamento nesta faixa etária.
A diretora da organização, Carissa F. Etienne, também lista questões sociais que contribuem para o cenário, como pobreza e falta de acesso a cuidados com a saúde.
Saiba mais: Pesquisa revela que 30% dos jovens pensam em abandonar os estudos pós-pandemia
Propagação
As contaminações entre adolescentes preocupam porque, mesmo fora dos chamados grupos de risco da covid-19, eles podem transmitir a doença ao seu círculo social. O risco existe mesmo para os assintomáticos. Além disso, pesquisas do mundo todo apontam fatores como obesidade e tabagismo como agravantes para essa população.
Entenda: Volta às aulas: Posso optar por não mandar meus filhos para a escola?
Um estudo da Universidade Johns Hopkins, publicado na revista The Lancet, mostra que o sobrepeso pode facilitar a contaminação e agravar o quadro. A pesquisa notou que, entre 265 pacientes internados em hospitais universitários de Nova York, a maior parte era composta por pessoas jovens e obesas.
Quem está acima do peso pode ter mais dificuldades de ventilação, o que enfraquece o sistema imunológico.
Leia também: Enquanto ricos festejam no Leblon, trabalhadores enfrentam aglomeração no BRT do Rio
Em outra publicação, os riscos do cigarro e dos vaporizadores foram destaque. O artigo foi divulgado pelo periódico estadunidense Journal of Adolescent Health. Segundo o texto, jovens que fazem uso desse produtos teriam maior propensão a ser infectados pela covid-19. Por meio de uma pesquisa online, mais de 6% dos adolescentes fumantes relataram ter testado positivo para a doença. Entre os não fumantes o índice é inferior a 1%.
Edição: Rodrigo Chagas