Política

Harris não é a primeira negra candidata a vice nos EUA; foi Angela Davis, em 1980

Mídia ignorou, mas a filósofa americana disputou duas eleições pelo Partido Comunista

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Aos 76 anos, a filósofa e ativista norte-americana é um dos principais nomes da luta contra o racismo no mundo - Foto: Divulgação

Assim que Joe Biden, postulante democrata à presidência dos EUA, anunciou que sua vice será a senadora Kamala Harris, a mídia brasileira a cravou como a primeira candidata negra ao posto na história americana. Porém, em 1980 e 1984, Ângela Davis disputou as eleições pelo Partido Comunista, na chapa com Gus Hall.

Aos 76 anos, a filósofa e ativista norte-americana é um dos principais nomes da luta contra o racismo no mundo. Uma de suas principais obras é Mulheres, Raça e Classe, de 1980, em que discute a identidade da mulher negra americana. Na década de 1960 e 1970, ela integrou o grupo Panteras Negras. Hoje, Davis é professora na Universidade da Califórnia.


Cartaz anuncia a chapa formada por Gus Hall e Angela Davis / Foto: Divulgação

Harris criticou Biden durante as primárias do partido Democratas por se aliar com senadores que pregam a segregação racial, quando ainda pretendia ser candidata à presidência. Ela tem descendência jamaicana e indiana e uma longa carreira como promotora de Justiça nos EUA.

Leia mais.: Democrata Joseph Biden, rival de Trump, escolhe senadora negra para vice nos EUA

Aos 55 anos, Harris é senadora e durante seu mandato investiu forças na reforma do sistema policial americano, acusado de violência racial. Na próxima segunda-feira (18), os dois já devem aparecer juntos durante a Convenção Democrata.

Biden lidera as projeções de intenção de voto por dez pontos percentuais, 51% a 41% entre os eleitores registrados, com 4% de indecisos, segundo a pesquisa Monmouth. A vantagem em relação a Donald Trump, que busca a reeleição, é mais do que Hillary Clinton já conseguiu sobre o republicano na corrida que o elegeu, em 2016.

A má condução do país durante a crise da covid-19 é apontada como o principal motivo para a perda de apoio que sofre o atual presidente.

Edição: Leandro Melito